Descaso com a cultura francana: obra de arte sai da sala e vai a depósito da Câmara

  • Nene Sanches
  • Publicado em 8 de abril de 2022 às 08:00
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Pelo que foi feito até agora, pouco será realizado para as atividades culturais e pela preservação de obras de arte em Franca

A obra denominada “The End”, arte talentosa e valiosa de Salles Dounner, depois restaurada pelo saudoso Gaspar Batista do Reis, estava exposta em uma das paredes do plenário da Câmara Municipal. Mas traduzindo seu titulo, parece realmente é o fim, visto o que está acontecendo com uma tela valiosa.

Com a reforma do prédio do legislativo, a obra saiu da parede onde estava exposta e agora está em um depósito da Câmara, sem os cuidados necessários para conservação.

A obra foi restaurada em 09 de fevereiro de 2010 pela administração da FEAC — Fundação Esporte, Arte e Cultura. Na época, com documento oficial, foi emprestada para a Câmara Municipal para exposição permanente em uma das paredes do plenário do Legislativo.

Parece que os atuais dirigentes da FEAC, as autoridades da Prefeitura e e os vereadores da Câmara não tem o perfil de preservação de obras artísticas e culturais.

Em oficio de número 54/2021, datado de 13 de julho de 2021, o presidente da Câmara, vereador Claudinei da Rocha, oficia ao prefeito Alexandre Augusto Ferreira a disponibilidade da obra, que estaria livre para ser retirada e fixada em outro local público (veja cópia do ofício no final da matéria).

Ocorre que a obra em breve estará fazendo aniversário em um depósito, com um amontoado de cadeiras e outras peças, no Legislativo.

Depósito onde se encontra a obra de arte de Salles Donner

A obra deverá ter um destino. Segundo informações, a mesma fará parte do futuro Centro Cultural “Salles Dounner”, na antiga Estação Mogiana, que no momento está apenas em um rascunho de projeto.

Pessoas entendidas e que sabem o valor da obra de Salles Dounner sugerem que ela seja encaminhada para a Casa da Cultura do Artista Francano para que possa fazer parte do acervo da Pinacoteca Municipal.

Burocraticamente, está tudo em desacordo com os padrões. Não basta deixar à disposição do Prefeito para retirar, mas é preciso preparar o documento de retorno para a FEAC, pois a obra consta no patrimônio da Fundação.

Pelo que foi feito até agora, pouco será realizado para as atividades culturais e preservação de obras de arte em Franca. Importante mencionar a falta de cuidado com os monumentos históricos, que continuam sem grades de proteção, sem placas de identificação e sendo danificados no dia a dia.

Nas redes sociais, a entidade denominada “Memorial do Artista Francano” — que conta com 123 integrantes e com pessoas de renomada reputação cultural, representantes da atual administração, representantes do legislativo, do CONDEPHAT, escritores e artistas de seguimentos diversificados — tem posições diferentes quanto à atuação de responsabilidade do poder público.

Parede onde estava o quadro The End, do saudoso artista Salles Dounner

São poucos os que tomam a iniciativa de questionar o executivo municipal e deixam transparecer que existe a falsa ideia que esta tudo bem.

Porém o coordenador do “Memorial do Artista Francano”, o idealista José Valdair Rios, tomou a iniciativa — juntamente com os membros voluntários da Diretoria — em colher assinaturas para um abaixo-assinado, o qual questionará a atual administração quanto ao destino real e transparência das reformar a serem realizadas na antiga estação mogiana (prédio tombado) e se de fato irão homenagear do saudoso artista Salles Dounner.

Veja o ofício para o prefeito


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