Depressão pós-parto também pode afetar homens, mostra pesquisa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de julho de 2018 às 11:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:53
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Novo estudo aponta que a mudança da rotina do casal com a chegada do bebê também afeta os homens

A chegada de um bebê muda
a rotina do casal, o que pode levar as mamães a apresentarem transtornos já
conhecidos, como a depressão pós-parto. Mas, segundo um novo estudo, o mal
também pode afetar os homens.

A depressão pós-parto costuma acontecer até um ano
depois do nascimento do neném. Os sintomas clássicos  incluem melancolia,
ansiedade, desânimo, mudanças de humor, irritabilidade, tristeza, falta de
concentração e dificuldade de criação de vínculos entre mãe e filho. A mulher
pode se ausentar dos cuidados com a criança e até alimentar pensamentos
suicidas.

Causas indeterminadas

Ainda não existem causas
determinadas para a síndrome, mas ela é comumente associada a alterações
hormonais, já que as taxas dos hormônios femininos caem muito após o parto.

Segundo dados da Escola
Nacional de Saúde Pública (Ensp / Fiocruz), mais de 1/4 das mães brasileiras
sofrem de depressão pós-parto. Não há dados no país sobre o quanto o problema
afeta os homens. Mas um estudo da Universidade de Lund afirma que o número de
homens que apresentam sintomas similares à depressão pós-parto é muito maior do
que se imagina. Dos 447 pais entrevistados, 28% apresentaram um grau leve a
moderado de depressão depois da paternidade. Pesquisas anteriores davam conta
de que o problema afetava cerca de 4 a 10% dos homens.

Sintomas

Elisa Psouni, do
Departamento de Psicologia da Universidade de Lund, afirma que os sintomas se
manifestam diferente nos homens.

Eles podem se tornar
mais agressivos, agitados e suscetíveis ao excesso de álcool e trabalho. Pais
com depressão também podem brincar pouco e serem menos amorosos com seus
filhos.

A mudança de vida e da
dinâmica do casal pode ser a principal causa, afetando principalmente homens
que ainda não estejam preparados para as responsabilidades da paternidade.

Ainda que menos de 20%
dos homens afetados tenha procurado ajuda, o tratamento é similar ao da
depressão pós-parto feminina. Antidepressivos e terapia são fundamentais para a
superação do transtorno.


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