Dengue pode estar ligada a um maior risco de depressão, diz estudo

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 6 de julho de 2024 às 07:30
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Infecção pelo mosquito Aedes aegypti pode ser uma potencial causadora do impacto na saúde mental a curto e longo prazo

Pessoas que contraíram dengue estão mais propensas à depressão – foto Arquivo

 

Um novo estudo identificou a infecção da dengue como uma potencial causadora da depressão a curto e longo prazo.

A análise foi feita a partir de cerca de 50 mil pacientes que foram infectados pelo mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.

A pesquisa foi conduzida por pesquisadores da Universidade Nacional Cheng Kung e dos Institutos Nacionais de Pesquisa em Saúde, de Taiwan e publicada na última quarta-feira (3), na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases.

O estudo, com dados coletados entre 2002 e 2015, tiveram o objetivo de determinar se os indivíduos com dengue apresentavam maior propensão a desenvolver ansiedade, depressão e distúrbios do sono — em diferentes estágios após a infecção.

Os resultados revelaram que os pacientes que tiveram dengue apresentaram um risco maior de desenvolver depressão em todos os períodos analisados: menos de três meses, três a 12 meses e mais de 12 meses após a infecção.

Quanto aos distúrbios do sono, o risco aumentado foi observado especificamente nos três a 12 meses após a infecção.

Já sobre a ansiedade, houve um aumento significativo no risco entre os pacientes com dengue apenas em casos mais severos da condição.

Ao analisar mais de perto casos que exigiram hospitalização, os pesquisadores descobriram um risco maior de transtornos relacionados à ansiedade nos primeiros três meses após a infecção, além de um aumento do risco de distúrbios do sono nos primeiros 12 meses.

Em comunicado enviado à imprensa, os autores da pesquisa ainda destacaram não só a importância do estudo como uma ferramenta potencializadora da consideração dos impactos psicológicos causados pela dengue, como também a necessidade de estudos adicionais para determinar se outros fatores, não relacionados à dengue, estão indiretamente ligados ao maior risco de depressão.

Como foi feita a pesquisa

Os pesquisadores examinaram os registros de saúde de 45.334 pacientes com dengue, contra 226.670 pessoas sem histórico da doença. Cerca de 15 mil ainda correspondiam a pacientes em estado mais grave da doença.

Para ajudar a explicar outros fatores que poderiam influenciar na saúde mental, os pacientes com dengue foram agrupados com pacientes não-dengue, mas semelhantes para análise.

Os infectados foram, de fato, mais propensos a relatarem um diagnóstico de depressão.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a dengue é uma doença febril aguda, afeta todo o corpo humano e acontece por um breve período de tempo.

Ela é uma doença viral e pode ser transmitida pela picada de fêmeas do mosquito Aedes aegypti infectadas.

A principal forma de prevenir a dengue é reduzir a infestação do inseto. Para isso, é fundamental adotar medidas de controle ao vetor, como evitar água parada e manter reservatórios ou caixas d’água cobertos com tampas. Saiba mais aqui.

O Brasil oferece vacina contra a dengue desde dezembro de 2023 através do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente da exposição anterior à doença e sem necessidade de teste pré-vacinação.

*Informações CNN


+ Ciência