Demanda interna por bens industriais tem queda de 1,6% em fevereiro

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de abril de 2018 às 08:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:40
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A queda foi puxada principalmente pelos alimentos, que tiveram uma redução de 4,4% em relação a janeiro

A demanda por bens industriais no
Brasil teve queda de 1,6% entre janeiro e fevereiro deste ano, de acordo com o
indicador mensal de Consumo Aparente (CA) de Bens Industriais divulgado na
última sexta-feira, 06 de abril, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea).

O indicador mede, em termos gerais,
os bens industriais que permaneceram no país, sendo ofertados tanto no varejo
quanto atacado e também usados como insumos para a produção de outros bens. O
cálculo inclui tanto aquilo que foi produzido pelo Brasil e não foi exportado
quanto o que foi importado pelo país.

Os dados divulgados mostram que ambos
os componentes do indicador recuaram no mês. A produção doméstica líquida de
exportações, ou seja, o que foi produzido e ficou no mercado interno, recuou
1,2%. Já as importações de bens industriais caíram 2,8%.

A queda foi puxada principalmente
pelos alimentos, que tiveram uma redução de 4,4% em relação a janeiro. Os
produtos de fumo e os serviços de impressão e reprodução de gravações também
recuaram 6,9% e 13,4%, respectivamente.

No geral, o estudo mostra que houve
crescimento em 11 dos 22 segmentos da indústria de transformação analisados. Os
que mais contribuíram foram os segmentos de químicos, com alta de 5,8%, e de
máquinas e equipamentos, com expansão de 2,6%.

Para o coordenador da pesquisa,
Leonardo Carvalho, a queda registrada em fevereiro foi pontual e não indica uma
interrupção na recuperação econômica verificada até o momento. “Às vezes,
ocorrem pequenas quedas pontuais, mas o importante é ter sempre o cuidado de
analisar a tendência desse indicador. Até agora, a tendência é de crescimento,
apesar de ter um mês ou outro com queda”, disse.

Crescimento no ano

Apesar da variação mensal ser
negativa, quando considerada a variação trimestral, verifica-se um aumento de
1,2% no consumo de bens industriais. A variação considerando o período de um
ano também é positiva, de 4,5%. O patamar anual é inclusive superior ao
verificado em fevereiro de 2017.

De acordo com o Ipea, tomando por
base o resultado acumulado em 12 meses, a demanda por bens industriais, que
teve um aumento de 4,1%, segue registrando ritmo de crescimento mais intenso
que o apresentado pela produção doméstica, que aumentou 2,9%, de acordo com a
Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

Na avaliação do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, isso é um sinal “de que a atividade industrial está
aquecida e que a economia está demandando tanto os bens industriais produzidos
no país quanto os bens importados”.


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