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Em um novo estudo, pesquisadores dos EUA analisaram a quantidade de bactérias dispersadas no ambiente após o fluxo d’água
Cientistas testam as duas formas de dar descarga e o resultado foi inusitado – foto Freepik
Dar descarga pode ser muito mais nojento do que você imagina, mas será que manter a tampa do vaso sanitário fechado pode prevenir a dispersão dos microorganismos que ele contém?
Cientistas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, resolveram testar a teoria e descobriram que, na verdade, não faz diferença se a tampa está levantada ou abaixada.
Em vez disso, segundo o estudo, limpar regularmente a bacia com desinfetante pode eliminar a maioria das bactérias e tornar a descarga segura, não importa onde esteja a tampa.
Desde a década de 1950, pesquisadores sabem que dar descarga causa dispersão de matéria fecal, urina e água, que formam uma névoa de aerossol invisível.
Estudos anteriores da Universidade do Colorado usaram luz verde e lasers para revelar que essas gotículas podem voar 1,5 m acima do vaso sanitário em apenas 8 segundos.
Esses aerossóis podem flutuar nas correntes de ar e transportar bactérias e vírus pelo banheiro, revestindo quaisquer superfícies e pessoas presentes, podendo levar à propagação de doenças.
Devido ao risco de infecção que isto cria, costuma se recomendar fechar a tampa para conter o spray.
Mas, como salientam os investigadores, isto não tem qualquer base científica.
“O possível benefício do fechamento da tampa do vaso sanitário durante a descarga para reduzir a contaminação viral das superfícies dos banheiros não foi demonstrado empiricamente”, afirma o artigo, publicado no American Journal of Infection Control.
Para desvendar o mistério, os pesquisadores colocaram amostras de bactérias MS2 em um banheiro público e outro privado. As descargas foram dadas e, após 1 minuto, amostras foram coletadas de várias superfícies dos ambientes.
Elas foram analisadas para verificar o quão contaminadas estavam.
O resultado surpreendeu os cientistas, mostrando que não houve diferença estatisticamente significativa entre fechar ou não a tampa.
Em vez disso, os investigadores encontraram evidências de que fechar a tampa provavelmente alterou a trajetória da névoa – descendo em direção ao chão, em vez de subir diretamente para o ar.
No geral, o assento foi a área mais contaminada, tanto na parte superior quanto na inferior, seguido pelo piso ao redor e pelas paredes laterais. No entanto, a própria tampa ficou estranhamente limpa.
Os banheiros públicos do estudo – que não possuem tampa para fechar – foram consistentemente mais contaminados do que os sanitários domésticos.
Contudo, os cientistas sugerem que isso provavelmente se deve ao maior fluxo de água nesse tipo de vaso.
Os pesquisadores também testaram como as bactérias se espalhavam durante a limpeza rotineira de banheiros com e sem o uso de desinfetante.
Eles descobriram que a higienização apenas com a escova espalhava a bactéria pela escova, no porta-escova e em áreas circundantes.
Mas a adição de desinfetante reduziu a contaminação da água do banheiro em 99,99% em comparação com a escovação isolada.
A adição do desinfetante antes da descarga também reduziu significativamente a contaminação da escova usada para limpar o vaso.
Embora o desinfetante não tenha impedido a descarga de espalhar algumas bactérias em aerossol pelo banheiro, ele reduziu significativamente a quantidade de microorganismos deixados na bacia.
*Informações Casa e Jardim