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Detran-SP nega que os dados tenham vazado de sua base e pede investigação ao Deic. Denúncia partiu de um ciberativista
Dados de motoristas de São Paulo estão circulando em grupos de hackers. A denúncia partiu de um ciberativista anônimo que entrou em contato com o portal Olhar Digital.
As informações teriam vazado do Detran-SP ou de outro órgão que tenha acesso à base de condutores no Estado.
Um ciberativista entrou em contato com o portal Olhar Digital explicando o caso. Depois das primeiras conversas, ele disponibilizou parte dos dados que estavam circulando em grupos de hackers.
O portal Olhar Digital diz ter conseguido fazer o cruzamento de algumas dessas informações e que, de fato, a amostra de dados analisada batia com a de fontes oficiais.
O portal procurou o Detran-SP. Por meio de nota, o portal foi informado que não houve violação do banco de dados do Departamento de Trânsito. De qualquer forma, o Detran-SP pediu apoio ao Deic para investigar o caso.
Como tudo começou
O portal Olhar Digital relata ter recebido o contato de um ciberativista anônimo. Inicialmente, ele informou o vazamento.
Depois de conversar com a equipe do portal, ele disponibilizou um documento imenso, com milhões de dados.
O portal Olhar Digital afirma que não conseguiu, contudo, fazer uma contagem do número de informações dispostas e de motoristas afetados. O que o Olhar Digital diz é: era muita coisa.
A equipe de informática e tecnologia do portal foi acionada para auxiliar com a checagem e com a segurança dos dados.
Conferência
“Tudo o que o ciberativista nos enviou estava em arquivos seguros. Além disso, fizemos planilhas para organizar parte do que estava disponibilizado sobre condutores e veículos: nome completo, endereço, CPF, CEP, cidade, Renavam, placa, chassi e ano de fabricação, por exemplo. Partimos, então, para a conferência dos dados — dentro do que é possível”, diz notícia do Olhar Digital.
Na sequência do relato, a equipe do portal diz que preencheu os dados apresentados de dezenas de motoristas e todos batiam.
O portal da Fazenda estadual não apresenta os nomes dos condutores, mas todas as informações sobre os veículos estavam corretas.
Ou seja, mesmo a checagem sendo parcial, o portal conseguiu provar um grau de veracidade importante naquilo que foi passado. Tanto é que uma investigação será aberta.
Por que esses dados estão circulando?
Segundo o ciberativista, os hackers tiraram os anos entre 2015 e 2022 dos documentos vazados. O que ele teve acesso foi uma “amostra grátis”.
Para ver os dados completos de anos mais recentes, é preciso pagar US$ 30 mil — mais de R$ 150 mil. A base vista serve para provar que os atacantes têm as informações e, assim, monetizar o que há de mais novo.
E, de fato, todos os veículos listados eram de 2015 ou mais antigos.
O que diz o Detran-SP
O Detran-SP informou que não houve violação do banco de dados do Departamento de Trânsito e que, de toda forma, pediu uma investigação ao Deic.
Embora o Olhar Digital não tenha conseguido comprovar que o vazamento é de dados atualizados, mostrou que o material que circula tem informações corretas sobre milhares de veículos. Afinal, não é comum sair por aí divulgando o seu Renavam e o chassi do seu veículo, por exemplo.
Confira a nota completa do Detran-SP:
A Prodesp, empresa de tecnologia do Governo do Estado de São Paulo responsável pelo armazenamento e processamento de dados do Detran-SP, informa que “não houve violação do banco de dados do Departamento de Trânsito no sistema da companhia, que adota rígidos controles de acessos e conta com monitoramento 24 horas em tempo real pelas equipes de TI — Tecnologia da Informação”.
Mesmo assim, diante das informações apresentadas pela reportagem, a área de Auditoria do Detran-SP já solicitou o apoio da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), subordinada ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), para investigar a origem e a eventual procedência relativa a acesso irregular para obtenção de informações na base de dados do Departamento de Trânsito Paulista.
Detran-SP