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Estudo publicado na Obesity, realizado com 3.300 pessoas, mostrou que o cochilo ruim tem mais impacto na saúde do que se imaginava
Cientistas de Harvard esclarecem se a soneca pode ou não fazer bem à saúde – foto Freepik
“Houve um tempo em que íamos para a cama à noite e acordávamos com as galinhas”, lembra o neurocientista Matthew Walker em seu livro Porque Dormimos.
Agora, lamenta, o despertador continua a tocar ao cantar do galo, mas quando cai a noite, a jornada de trabalho mal acabou e ainda há um bom tempo acordados noite adentro pela frente.
Sono bifásico
A sociedade moderna, argumenta Walker, afastou os humanos do padrão de sono para o qual foram geneticamente programados: sono bifásico, um longo período noturno e um curto período durante o dia.
“Todos os humanos, independentemente de sua cultura ou localização geográfica, sofrem um declínio geneticamente codificado em seu estado de alerta no meio da tarde”, defende.
Sono bifásico e alimentação saudável são chaves para uma vida longa
E a soneca é a resposta natural a esse fenômeno. O neurocientista assegura que as sociedades que incorporaram os cochilos aos seus hábitos foram descritas como lugares onde as pessoas se esquecem de morrer.
A prática do sono bifásico natural e uma alimentação saudável parecem ser as chaves para uma vida longa, afirma o especialista.
É bom tirar uma soneca?
A soneca impacta na saúde. Positiva e negativamente. A comunidade científica ainda não tem clareza sobre a extensão de sua influência ou até que ponto o hábito pode moldar a saúde, mas os dados fornecidos pela pesquisa médica a esse respeito apontam em duas direções: o quão pouco as pessoas gostam e o quanto isso as torna doente.
Um estudo publicado há poucos dias na revista Obesity apontou, justamente, que o risco de obesidade aumenta em 23% quando os cochilos são longos; em vez disso, as pessoas que cochilam por um curto período de tempo têm um risco menor de pressão alta.
Os especialistas consultados concordam que uma soneca curta (menos de 30 minutos), no sofá e não na cama, ao meio-dia ou no início da tarde, pode ser reconfortante e ajuda a melhorar a atenção.
Cada soneca é um mundo. Na comunidade científica, onde há muita controvérsia sobre esse tópico, muitas vezes com estudos prós e contras sobre a mesma variável, os pesquisadores aprenderam a ajustar a leitura com base na duração da soneca e no grupo populacional específico em estudo: Um cochilo no sofá não é o mesmo que várias horas de sono na cama no meio da tarde; tampouco uma soneca em uma pessoa com histórico anterior de obesidade é a mesma de um indivíduo saudável, ou em um adulto jovem do que em uma pessoa mais velha.
“Chamamos de cochilo quando a pessoa dorme curtos períodos durante o dia”.
“Por exemplo, recomendamos cochilos preventivos de 10 minutos para uma pessoa com narcolepsia e pacientes com apneia do sono também precisam tirar um cochilo para serem ativos; os insones estão loucos para tirar uma soneca, mas não conseguem”, explica Francesca Cañellas, membro do grupo de trabalho sobre insônia da Sociedade Espanhola do Sono.
*Informações O Globo