Cultura: quase 900 mil trabalhadores foram demitidos no 1º semestre

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 26 de novembro de 2020 às 18:30
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 09:37
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O número total de pessoas empregadas no setor cultural caiu de 7,1 milhões para 6,2 milhões

Cerca de 870 mil dos trabalhadores da cultura no Brasil, formais e informais, perderam seus empregos entre dezembro de 2019 e junho de 2020. Esse grupo inclui atividades artesanais, cinema, teatro, rádio, TV, fotografia, artes visuais e setor editorial.

O número total de pessoas empregadas no setor cultural era de 7,1 milhões em dezembro de 2019, mas caiu para para 6,2 milhões em junho deste ano, o que representa uma queda de 12,2% de pessoas trabalhando na cultura.

Os dados foram captados pelo Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural, utilizando dados da Pnad, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. As informações são da Folhapress.

A pesquisa separou o mercado de trabalho do setor cultural em três categorias. 

A primeira é composta pelo pessoal de apoio, isto é, profissionais de outros campos que atuam na cultura, como um contador que presta serviços para um teatro, por exemplo – nesta categoria, a queda nos postos de trabalho foi de 9,78%, entre junho de 2019 e junho de 2020. 

A segunda é de profissionais que exercem atividades da economia criativa em outras áreas, como um designer que atua na indústria automobilística – aqui, a queda foi de 15,34%. 

Por fim, os trabalhadores especializados em atividades de economia criativa e que trabalham nas áreas de origem – que vão de arquitetos a publicitários e artistas plásticos –, que tiveram queda de 6,27% nos postos de trabalho no período de um ano. 

No agregado das três categorias, houve retração de 9,94% entre junho de 2019 e junho de 2020, caindo de 6,9 milhões de pessoas trabalhando no segmento cultural para 6,26 milhões.

O impacto da pandemia fica ainda mais perceptível quando o quadro é analisado com dados de dezembro de 2019. 

Entre junho e dezembro de 2019, houve um aumento de 2,6% nos postos no mercado de trabalho cultural, mas que foram ceifados com a crise do coronavírus. O resultado foi a queda de 12,2% nos postos de trabalho.

Segundo Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, “o levantamento mostra a importância do sistema formal no mundo da arte e da cultura, já que dentro do campo formal, houve uma menor queda”.

Segundo dados da Pnad, entre junho de 2019 e junho de 2020, a queda de postos de trabalho formais, que nesta pesquisa também inclui aqueles empregados como pessoa jurídica, foi de 6,24%. No caso dos informais, a queda foi de 21,3%.

Segundo os dados de junho deste ano, eram 2,2 milhões os trabalhadores informais na área cultural, enquanto os formais eram 4 milhões.

Uma área que observou uma queda menos acentuada no número de postos de trabalho foi o setor de TI, que retraiu em 4% entre junho de 2019 e junho de 2020. O campo costuma empregar trabalhadores da economia criativa, com destaque para a área de videogames.


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