Criação de emprego em fevereiro tem o melhor resultado em quatro anos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de março de 2018 às 00:48
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:38
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Os melhores resultados, em números absolutos, ocorreram em São Paulo, com a criação de 30.040 postos

O Brasil criou 61.188 mil postos de trabalho em
fevereiro, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), divulgado na última sexta-feira, 23 de março, pelo Ministério do
Trabalho.

O número é bem superior em relação aos mais de 35
mil empregos gerados em fevereiro do ano passado e corresponde ao melhor
resultado desde 2014, quando foram abertas 260.823 vagas no mesmo período. No
total, foram registradas 1.274.965 admissões e 1.213.777 demissões.

O mês de fevereiro
também seguiu a tendência positiva de janeiro, quando foram abertos 77,8 mil
novos postos de trabalho no país. “Esses resultados confirmam a recuperação
econômica e a retomada dos empregos. As medidas adotadas pelo governo foram
acertadas e estamos otimistas que esses números se repetirão ao longo do ano”,
avaliou o ministro interino do Trabalho, Helton Yomura, em nota enviada à
imprensa.

No saldo consolidado de 2017, o Brasil havia tido um resultado
negativo, com o fechamento de 20,8 mil postos de trabalho.

Setores

Os dados do Caged também revelam que cinco dos oito principais
setores econômicos tiveram saldo positivo. O principal deles foi o de serviços,
com a criação de 65.920 novos postos de trabalho, crescimento de 0,39% sobre o
mês anterior.

A indústria de transformação foi o segundo setor com melhores
resultados, abrindo 17.363 postos de trabalho, um acréscimo de 0,24% em relação
a janeiro. O terceiro melhor resultado ficou com a administração pública, que
gerou 9.553 empregos, seguido de serviços industriais de utilidade pública, 629
postos, e extrativa mineral, 315 postos.

Já o setor de comércio foi o que mais fechou postos, com saldo
negativo 25.247 postos de trabalho a menos. A agropecuária e a construção civil
também tiveram baixas, com o fechamento de 3.738 e 3.607 postos de trabalho,
respectivamente.

Estados

Ao todo, 15 estados e o Distrito Federal registraram saldo
positivo na criação de empregos. Os melhores resultados, em números absolutos,
ocorreram em São Paulo, com a criação de 30.040 postos; Santa Catarina, com
16.344; Rio Grande do Sul, com 13.024; Paraná, com 7.703; Minas Gerais, com
7.288, e Goiás com a criação de 5.137 postos de trabalho.

Entre os estados que tiveram redução nos postos de trabalho,
estão Alagoas, que fechou 10.698 postos; Pernambuco, 7.381; Rio Grande do
Norte, 3.570; Paraíba, 2.758; Rio de Janeiro, 2.750, e Sergipe, com o
fechamento de 931 postos de trabalho.

Novas modalidades

Em fevereiro, houve 11.118 desligamentos mediante acordo entre
empregador e empregado, envolvendo 8.476 estabelecimentos, segundo o Caged.
Esse tipo de acordo passou a vigorar a partir da reforma trabalhista e prevê
que o contrato de trabalho pode ser encerrado de comum acordo entre patrão e
empregado, com pagamento de metade do aviso-prévio e metade da multa de 40%
sobre o saldo do FGTS. O empregado poderá ainda movimentar até 80% do valor
depositado pela empresa na conta do FGTS, mas não terá direito ao
seguro-desemprego.

O estado de São Paulo apresentou a maior quantidade de registros
(3.257), seguido pelo Paraná (1.214), Minas Gerais (962), Rio de Janeiro (941)
e Rio Grande do Sul (901).

Foram feitas 2.660 admissões e 569 desligamentos na modalidade
de trabalho intermitente, um saldo positivo de 2.091 empregos. As admissões
concentraram-se principalmente em São Paulo (816 postos), Rio de Janeiro (258
postos), Minas Gerais (257 postos), Distrito Federal (182 postos) e Espírito
Santo (163 postos).

As admissões foram majoritariamente registradas nos setores de
Serviços (1.206 postos), Comércio (585), Construção Civil (410) e Indústria de
Transformação (395).

No regime de trabalho parcial, foram registradas 6.490 admissões
e 3.423 desligamentos, gerando saldo positivo de 3.067 empregos. As maiores
quantidades de admissões foram observadas em São Paulo (1.314 postos), Ceará
(876), Minas Gerais (634), Goiás (393), Paraná (373) e Rio de Janeiro (348). Do
ponto de vista setorial, as admissões concentraram-se nos Serviços (4.551
postos), Comércio (1.169), Indústria de Transformação (508) e Agropecuária
(150).

Na categoria de Teletrabalho, aquele realizado à distância,
foram registradas 362 admissões e 243 desligamentos, gerando saldo positivo de
119 empregos. As maiores quantidades de admissões foram observadas em São Paulo
(67 postos), Minas Gerais (50), Espírito Santo (40), Rio de Janeiro (40), Bahia
(22) e Ceará (22). Do ponto de vista setorial, as admissões concentraram-se nos
Serviços (190 postos), Comércio (88), Indústria de Transformação (44) e
Construção civil (20).


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