Cresce incidência de transtornos mentais como depressão entre os jovens

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  • Publicado em 30 de novembro de 2017 às 13:04
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:27
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A adolescência é uma fase onde os jovens se deparam com uma série de mudanças e conflitos internos

Depressão, ansiedade, fobia social, hiperatividade. As palavras cada vez mais comuns para definir sintomas vistos com frequência entre os adultos, agora também fazem parte da realidade de muitos jovens. É o que diz uma pesquisa realizada pelo RSPM – Royal Society for Public Health, que verificou o aumento de 70% dos casos de depressão e ansiedade em jovens de 12 e 25 anos.

Maria Eugênia diz que sintomas não tratados evoluem para quadros clínicos mais graves

Para a psicóloga Maria Eugênia A. Biondi, da Clínica Amplitude, isso ocorre porque a adolescência é uma fase onde os jovens se deparam com uma série de mudanças e conflitos, bem como a transição para a fase adulta. Nesse período, parte desses conflitos acaba se expressando por meio de alguns sintomas, e não necessariamente preenchem algum critério diagnóstico.  “O que ocorre em alguns casos é a desvalorização dos sintomas ‘emocionais’, por exemplo, quando estamos com dor na barriga, febre, dor na cabeça, etc, imediatamente vamos ao primeiro posto de saúde com o objetivo de tratar aquela dor, certo? E agora o que acontece quando apresentamos sintomas de doenças de origem emocional? Deixamos pra lá, ou julgamos que é bobeira, ou dizemos que logo vai passar”, pondera ela, que completa: “o fato de não tratarmos as questões relacionadas à Saúde Mental como algo sério, acabamos colaborando nos resultados de pesquisas como essas, ou seja, sintomas não tratados evoluindo para quadros clínicos mais graves”.

Os mais comuns

Entre os transtornos mentais mais comuns nessa faixa etária, Maria Eugênia cita depressão, transtorno de ansiedade e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O primeiro tem como sintomas o isolamento social, apatia, alterações no sono e/ou no apetite, alterações de humor, dificuldade de concentração, ideação suicida, abuso de substâncias como álcool e drogas e outros; já os sintomas do TDAH são agitação, impulsividade, dificuldade em manter a atenção, se distraem com facilidade, são mais “esquecidos”, tem dificuldade de organizar e planejar aquilo que precisam fazer, em alguns casos baixo desempenho escolar; e a ansiedade se mostra através da preocupação excessiva com o futuro, pensamento acelerado, comportamento compulsivo, procrastinação de tarefas, agitação motora, náuseas e diarreia, sudorese, tensão muscular, etc. “É importante dizer que esses são alguns sintomas e cada caso precisa ser analisado. A presença de um ou dois sintomas não significa que o adolescente se enquadra dentro do transtorno”, salienta.

E diferente do que muita gente pensa, é possível, sim, identificar os sinais de que algo não vai bem com o jovem. Apesar disso, ela admite que em Franca é preciso ter espaços de prevenção e mais acesso à informação sobre essas doenças. “Ainda vivemos em Franca uma cultura de remediação, ou seja, quando os pacientes chegam até nós, profissionais da área o quadro clinico já está um estágio avançado”, comenta Maria Eugênia sobre a importância dos pais estarem sempre atentos a qualquer mudança de comportamento e na dúvida conversar com o adolescente. “Entender a situação ajuda muito na forma de como conduzir o caso”, orienta a psicóloga, que nos casos confirmados de transtornos mentais e emocionais, recomenda acompanhamento psiquiátrico, terapia psicológica, acompanhamento familiar, atividade física e, quando necessário, uso de medicação.

NO FOCO

Maria Eugênia A. Biondi – Psicóloga

CRP 06/121454

Amplitude Clínica de Psicologia

Telefone (16) 3012-6512


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