Cremesp autua UPA em Barretos: falta de soro e sabão, entre outros

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 23 de dezembro de 2017 às 16:46
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:29
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Em fiscalização, Conselho Regional de Medicina também identificou médicos sem salários e sem contrato

Falta de alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros, de contrato de trabalho de médicos, de sabão e soro fisiológico estão entre os problemas apontados pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas) de Barretos.

As informações, divulgadas na última sexta-feira, 22 de dezembro, dizem respeito a fiscalizações realizadas em outubro deste ano, quando também foram vistoriadas as instalações da Santa Casa do município, onde uma jovem de 19 anos morreu depois da queda de um monitor cardíaco na UTI. No local, os técnicos do conselho também encontraram problemas como a falta do AVCB.

A fiscalização foi realizada a pedido do próprio presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, mediante indícios de problemas que ele mesmo observou em visita à cidade. Todas as irregularidades foram anexadas a uma sindicância própria resultante da vistoria.

A Prefeitura de Barretos informou, em nota, que “dentro dos levantamentos de relevância apontados pelo Cremesp, e que havia procedência, já foram sanados. “Apenas o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros está em fase final de execução”, diz o comunicado.

Falta de contrato de trabalho

Primeira Unidade de Pronto Atendimento da cidade, a UPA “Zaid Abrao Geraige”, no Jardim Ibirapuera, foi inaugurada em 2016, três anos e meio depois de a estrutura do prédio ter sido concluída e ficar inutilizada por causa de impasses em torno de recursos para seu funcionamento.

No local, uma das situações mais alarmantes detectadas pela fiscalização do Cremesp, que aconteceu entre os dias 19 e 20 de outubro, foi de que 90% dos médicos atuantes estavam atuando sem um contrato de prestação de serviços assinado.

Além disso, a equipe encontrada estava reduzida e sobrecarregada de atendimentos, segundo o órgão.

Veja os principais problemas apontados pelo Cremesp na UPA 24 horas:

– o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) não foi apresentado ao ser requisitado;

– nos consultórios médicos, faltavam itens como sabão e papel toalha;

– o setor de Radiologia não lauda os exames de raio-X;

– entre a equipe médica de plantão, há sobrecarga de trabalho;

– na farmácia de dispensação faltam medicamentos como dipirona, amoxacilina e soro fisiológico para inalação;

– pacientes em observação e na espera por transferência permanecem por dias na sala de observação geral, sem material de intubação;

– falta de equipamentos no consultório médico, como otoscópio, lanterna clínica e martelo neurológico;

– na unidade trabalharam 55 médicos no mês de setembro, número diferente do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), com 116 médicos ativos, segundo registro de 27/10.

– atraso de pagamentos de até dois meses para médicos;

– segundo relato dos profissionais, 90% dos médicos não possuem contrato de prestação de serviço com a empresa terceirizada.


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