Agências do Santander demitem funcionários em Franca e cidades da região

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de julho de 2020 às 18:11
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:58
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Funcionários e Sindicato dos Bancários protestam porque banco havia prometido estabilidade na pandemia

Cinco funcionários do banco Santander – inclusive do primeiro escalão, como gerentes – foram demitidos pelo banco em Franca e região. 

Os trabalhadores tentaram recorrer, mas a situação foi irreversível. O próprio Sindicato dos Bancários de Franca e região tentou apaziguar a situação, mas sem sucesso.

As demissões na regional de Franca começaram na primeira semana de julho. 

A área de Recursos Humanos do Santander não reconheceu que o banco esteja descumprindo compromisso firmado em mesa com os trabalhadores de não demitir durante a pandemia de coronavírus. 

Osório Carboni Filho explicou ao Jornal da Franca que na região de Franca o Santander Brasil já desligou cerca de 5 trabalhadores e no país esse número sobre para 500 bancários e bancárias. 

Mas para o RH essas demissões são apenas “ajustes” que estão pautados “na performance” desses bancários, e que inclusive, segundo os representantes do banco, estariam “ocorrendo contratações”.

Osório ressaltou que a justificativa do banco é de que a pandemia trouxe a “necessidade de adequações, que precisam ser feitas rapidamente para que o banco seja competitivo”.

Disseram ainda que não há espaço de negociação sobre as demissões, pois “não se trata de um número relevante de demitidos, mas apenas de reajustes pontuais e necessários para trazer mais dinamismo.”

Quanto à cobrança de metas, denunciadas por diversos trabalhadores, o RH diz que o banco tem recebido elogios de muitos trabalhadores que se dizem satisfeitos com o programa ‘motor de vendas’, pois agora eles estariam entregando até mais resultados do que antes da pandemia, já que o motor de vendas estaria facilitando o dia a dia deles. 

As metas, segundo os representantes do banco, estariam trazendo “equilíbrio para a rede”, uma vez que elas variam “dependendo do porte da agência e da carteira do funcionário”.

“Pelas palavras do RH está tudo lindo no Santander, e todos estão trabalhando felizes, já que os bancários estariam até mesmo elogiando o banco. Só que esse não é o relato de centenas de bancários. Eles nos contam da enorme sobrecarga e pressão por metas no banco, junto com o medo real de demissões”, denuncia a diretora da Sindicato dos Bancários de São Paulo, Maria Rosani.

A dirigente ressalta ainda que, com as demissões, o banco está sim descumprindo o acordado em mesa com a Fenaban (Federação dos Bancos) e também desdizendo o que divulga para o mundo a para seus acionistas.

A dirigente sindical denuncia ainda que o argumento do Santander para justificar as demissões é falso.

 “As demissões são justificadas por baixa performance, mas isso não é verdade. Muitos trabalhadores com notas ótimas de feeedback estão sendo desligados. E mesmo que fosse a baixa performance, como cobrar produtividade em meio à maior crise sanitária dos últimos 100 anos, ou seja, num momento em que as pessoas estão lutando para sobreviver? É vergonhosa a postura do Santander!”


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