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Dividir o medicamento pode representar riscos para tratamento médico; saiba como fazê-lo com segurança
Cortar comprimido ao meio nem sempre é seguro para obter a dosagem correta- foto Shutterstock
Você já utilizou facas ou cortadores vendidos em farmácias para cortar um comprimido ao meio? Isso é comum quando há necessidade de ajustar a dosagem.
No entanto, essa prática nem sempre é a maneira mais segura de obter meia dose de um medicamento.
É importante lembrar que cada um tem uma função específica e características próprias. Por isso, é fundamental seguir as orientações da bula e as recomendações dos farmacêuticos.
Em alguns casos, os comprimidos apresentam uma linha no centro, que pode ser confundida com uma marca para facilitar a divisão, mas muitas vezes trata-se apenas de um detalhe estético.
Esse formato difere dos comprimidos sulcados, que possuem uma marca mais profunda, facilitando o corte seguro.
“Comprimidos que não possuem sulco, em hipótese alguma, devem ser partidos, pois não há evidências sobre a segurança e a eficácia de sua administração, podendo haver diferentes concentrações de substâncias em cada lado”.
“A linha no comprimido é apenas um detalhe estético e, nesses casos, conforme determinado pela resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 2003, a restrição deve constar na bula do medicamento”, ressalta a farmacêutica da Prati- Donaduzzi, Amabili Leal Pieracio.
Riscos de cortar o comprimido
Os cortadores com lâminas, vendidos em lojas populares, são indicados para facilitar a ingestão. Ou seja, cortar o comprimido ao meio para torná-lo mais fácil de engolir.
No entanto, essas lâminas podem esfarelar o comprimido durante o corte, resultando em uma divisão imprecisa da dosagem.
Para evitar que o tratamento seja comprometido, recomenda-se ingerir o comprimido imediatamente após a divisão.
Outro risco comum é abrir as cápsulas para misturar o conteúdo em um copo com água. Essa prática pode alterar tanto a composição quanto a dosagem terapêutica do medicamento.
“Abrir cápsulas ou fracionar comprimidos pode resultar em dosagens subterapêuticas ou até em sobredosagens, comprometendo o tratamento e potencialmente levando à progressão da doença”, acrescenta a farmacêutica.
Consulte um profissional de saúde
Para esses medicamentos, recomenda-se o acompanhamento médico e farmacêutico para ajustar as dosagens ou realizar a divisão segura da medicação.
Quando o medicamento indica na bula que possui sulco, permitindo o corte, o processo é simples. Apenas o uso das mãos em uma superfície lisa e limpa é suficiente para parti-lo ao meio.
Basta apoiar os dedos em cada extremidade e aplicar pressão para que o comprimido se dívida.
“É importante ressaltar que, quando o comprimido for sulcado, a outra metade que não foi ingerida deve ser armazenada em sua embalagem original, pois estas são especialmente desenvolvidas para manter as propriedades físicas, químicas e os efeitos terapêuticos do produto, desde sua produção até sua utilização”, finaliza Amabili.
Em todos os formatos, o ideal é comprar a dosagem correta de cada medicamento prescrito para o paciente.
*Informações Alto Astral