Corridas leves e caminhadas são fortes aliadas de uma vida mais saudável

  • F. A. Barbosa
  • Publicado em 2 de setembro de 2024 às 15:00
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Estudos e especialistas se debruçam nos dados para avaliar os prós e os contras de cada atividade

Determinar se correr é melhor que caminhar, ou o contrário, é uma questão que intriga os cientistas há vários anos.

Ou, pelo menos, até agora: cientistas comprovaram que caminhar é tão saudável como correr.

Um estudo realizado ao longo de seis anos por pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, na Universidade da Califórnia, revelou que correr ajuda a perder peso mais rápido que caminhar.

Mas garante que ambas as atividades são igualmente saudáveis: não dependem da intensidade do exercício, mas da quantidade de calorias queimadas no processo.

O estudo se baseou principalmente na distância percorrida, e não no tempo despendido.

Paul T. Williams, um dos pesquisadores, calcula que “uma pessoa precisaria caminhar cerca de sete quilômetros, em ritmo acelerado, para igualar o mesmo gasto energético de quem correu cinco quilômetros” disse.

Porém, a mesma pessoa levaria o dobro do tempo, cerca de uma hora e quinze minutos, em vez de 38 minutos.

Para quem caminha, a redução do risco de pressão alta, colesterol alto e diabetes é quase igual à de quem corre.

O estudo, descrito no jornal The New York Times, foi realizado com 15.237 pessoas que caminham e 33.215 corredores.

No início do estudo, cada participante registrou seu peso, medida da cintura, o tipo de dieta adotada e a quilometragem semanal que percorria caminhando ou correndo.

Ao longo do tempo, os estudos demonstraram que os corredores mantinham mais a forma do que os que caminhavam.

Um dos motivos é o impacto de cada tipo de exercício sobre o apetite, comprovado em um estudo realizado pela Universidade de Wyoming.

O estudo, realizado com 19 mulheres, baseou-se em duas atividades diferentes: na primeira, o grupo correu ou caminhou durante uma hora; na segunda, o grupo descansou durante uma hora.

Depois de cada atividade, as voluntárias tinham à sua disposição uma mesa cheia de pratos e poderiam comer o que quisessem.

No final do estudo, foi comprovado que as mulheres que caminharam ingeriram 50 calorias a mais do que queimaram, enquanto as corredoras consumiram 200 calorias a menos.

Isso ocorre porque, depois da corrida, aumentam os níveis de um hormônio chamado peptídeo YY, conhecido por suprimir o apetite.

Os níveis desse hormônio se mantiveram inalterados entre as mulheres que caminharam, assim como seu apetite.

Finalmente, os pesquisadores de Barkeley descobriram que os corredores apresentaram reduções significativas do risco de desenvolver doenças:

Pressão alta, 4,2%; colesterol alto, 4,3%; diabetes, 12,1%, e problemas coronários, 4,5%.

As porcentagens foram ainda maiores entre as pessoas que caminharam, com risco reduzido de desenvolver pressão alta em 7,2%; colesterol alto em 7,2%; diabetes em 12,32% e problemas cardíacos em 9,3%.

Ou seja, na prática, correr e caminhar são atividades igualmente saudáveis.


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