Corinthians encerra 2017 com um reforço e baixas de peso em seu elenco

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 31 de dezembro de 2017 às 09:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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A estratégia é gastar pouco e contar com a capacidade de Carille, em sua segunda temporada como técnico

Antes de deixar a diretoria de futebol para se candidatar à vice-presidência do Corinthians na chapa liderada por Paulo Garcia, Flávio Adauto prometia adotar uma postura ousada no mercado de jogadores em dezembro. A intenção era terminar o ano com a base do elenco formada para a reapresentação no CT Joaquim Grava, em 3 de janeiro, e o início da pré-temporada. Não foi possível.

Até este último dia de 2017, o Corinthians anunciou oficialmente a contratação de apenas um jogador, o atacante Júnior Dutra, que participou da campanha do rebaixamento do Avaí no último Campeonato Brasileiro.

O clube, no entanto, também já possui acertos verbais para se reforçar com o zagueiro Henrique, dispensado pelo Fluminense, e com o volante Renê Júnior, vindo do Bahia. Ambos deverão se juntar ao grupo do técnico Fábio Carille já nos primeiros dias do ano.

O problema, contudo, é que o time antes visto como a quarta força do futebol paulista e agora campeão estadual e nacional também sofreu baixas consideráveis. O zagueiro Pablo (que estava emprestado pelo francês Bordeaux e terá justamente Henrique como sucessor) não chegou a um acordo para a prorrogação do seu contrato já na reta final do Campeonato Brasileiro. 

Entrou em litígio com a diretoria e nem sequer participou da festa em Itaquera pela conquista do título. Na ocasião, o jovem lateral esquerdo Arana, que viria a ser vendido para o espanhol Sevilla, adiantou também a sua saída.

Para o lugar de Arana, outro destaque corintiano na temporada, o Corinthians concentra esforços nas negociações com Danilo Avelar, emprestado pelo Torino-ITA ao Amiens-FRA, e o jovem Juninho Capixaba, do Bahia. O prata da casa Guilherme Romão, que estava cedido ao Oeste, deverá retornar para compor o elenco, enquanto Marciel rumou à Ponte Preta até o final da temporada e Moisés é visto como dispensável.

Mas os problemas do Corinthians não estão somente na defesa, ainda ameaçada de perder o paraguaio Balbuena, que atrai a atenção de clubes do exterior. Primeiro artilheiro de um Campeonato Brasileiro da história do clube, o centroavante Jô encaminhou a sua transferência para o Nagoya Grampus, do Japão, em transação que deverá render aproximadamente R$ 43 milhões.

Antes da lucrativa saída de Jô, que irritou boa parte da torcida, o Corinthians planejava trazer o colombiano Santiago Tréllez, do Vitória, como nova alternativa para o seu ataque. O clube baiano, porém, demonstra intransigência na negociação, e o paulista passou a admitir a possibilidade de encontrar um atleta mais renomado no mercado, suprindo a carência aberta pela proposta do Nagoya Grampus.

Ainda há incertezas quanto ao destino de jogadores que estavam emprestados e poderão servir como moedas de troca – o meia Marlone deixou de ser um deles após acertar o seu retorno ao Sport até o final de 2018. Os atacantes Stiven Mendoza e Lucca, que agradaram por Bahia e Ponte Preta, são dois dos trunfos corintianos em eventuais negociações – como aquela pelo meia Gustavo Scarpa, cobiçado também pelos rivais Palmeiras e São Paulo, por quem o endividado Corinthians não pretende fazer um sacrifício financeiro.

Em tempos de eleição presidencial – Andrés Sanchez, Antonio Roque Citadini, Felipe Ezabella, Paulo Garcia e Romeu Tuma Júnior concorrem à sucessão de Roberto de Andrade – e Copa Libertadores da América, o Corinthians de Júnior Dutra se apega ao exemplo de sucesso de 2017 para ter, de fato, um feliz Ano Novo. A estratégia é gastar pouco e contar com a capacidade de Fábio Carille, em sua segunda temporada como técnico efetivo, de fazer um plantel pouco badalado surpreender.


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