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Apesar de 30% do lixo produzido no Brasil ter potencial de reciclagem, apenas 3% é reaproveitado
Um dos principais problemas ambientais do mundo contemporâneo é, sem dúvida, a grande quantidade de resíduos gerados pela população. Junto com isso, aparece um problema ainda maior, que é a falta de reaproveitamento desses produtos.
Para se ter ideia da gravidade desta situação, dados divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que a quantidade de lixo produzido no Brasil vem batendo recorde ano após ano. Em 2015, foram geradas 79,9 milhões de toneladas de lixo em todo o País, número 1,7% maior do que o gerado em 2014.
À primeira vista, considerando o tamanho do território e a quantidade de cidadãos brasileiros, pode parecer um número razoável, mas este é um dado bastante alarmante. Isso porque a quantidade de lixo produzido no Brasil cresce a uma taxa cinco vezes maior que o da população.
Se, por um lado, diversas iniciativas têm sido implementadas para diminuir a quantidade de resíduos gerados — a exemplo de embalagens econômicas e retornáveis, que diminuem os impactos ambientais causados durante sua produção —, por outro lado é necessário explorar melhor uma velha conhecida dos brasileiros que é fundamental para auxiliar nesse quadro: a reciclagem.
A
Cooperfran (Cooperativa Responsável pelos Recicláveis em Franca), recebe de 10
a 12 toneladas de lixo diariamente.
O processo de reutilização dos materiais recicláveis se inicia nas próprias
residências, quando os moradores os separam do lixo orgânico e depositam em
suas lixeiras no dia da coleta. Os caminhões disponibilizados pela Prefeitura
são encarregados do transporte até o Centro de Triagem de Materiais
Recicláveis, localizado no Distrito Industrial da cidade.
Assim começa um processo com quatro etapas: recepção, triagem, enfardamento e
comercialização. A primeira se refere à chegada do caminhão (de quatro a cinco
vezes ao dia) com o material recolhido, descarregado no pátio da cooperativa.
Posteriormente é realizada a triagem, onde o lixo é transportado para a esteira
e nela as equipes separam o material por categoria, como papel branco, papel
colorido, caixa de leite, garrafa pet e etc. Depois tudo o que já foi triado é
levado em “bags” até a prensa, onde são compactados e enfardados para serem
comercializados junto às indústrias de transformação.
A presidente da cooperativa, Diana Angélica de Bastos, é uma das 40 pessoas que
encontrou nos materiais recicláveis uma forma de reinventar a vida. “A ajuda da
população é essencial para o desenvolvimento do nosso trabalho, que é tão
importante e digno como qualquer outro. Basicamente pedimos para separarem o
seco do molhado”, explicou Diana. Além disso, a presidente frisou sobre os
benefícios da reciclagem. “Tudo aqui se transforma e pode virar um outro
produto, como o vidro por exemplo, que vira porcelana. Ainda tem uma parcela
alta na contribuição com a preservação do meio ambiente e com a geração de
renda para as 40 famílias que trabalham no Centro de Triagem”.
A atuação dos catadores contribui para a preservação também dos aterros
sanitários – questão estratégica para os municípios – e para a diminuição da
demanda por recursos naturais, em função do aproveitamento dos materiais
recicláveis na cadeia produtiva.
Apesar da grande quantidade de materiais recebidos por dia, ela se trata apenas
do lixo doméstico. As fábricas e empresas, que aumentariam consideravelmente
este número, aproveitam seu lixo para obterem um retorno financeiro. O Centro
de Triagem que utiliza um espaço cedido pela Prefeitura, leva o nome de
“Antoine de Laurent Lavoisier”.
Reciclagem
A
Secretaria de Serviços e Meio Ambiente pede a colaboração da população para que
separem os recicláveis do lixo comum. A lista com a relação de bairros e dias
que a Coleta Seletiva recolhe pode ser conferida no link https://www.franca.sp.gov.br/noticias/servicos-e-meio-ambiente/prefeitura-divulga-dia-de-coleta-seletiva-por-bairro
De acordo com dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), apesar de 30% de todo o lixo produzido no Brasil ter potencial de reciclagem, apenas 3% de fato é reaproveitado. Esses números revelam que há um grande desperdício tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico e social, uma vez que a reciclagem é uma fonte de renda para milhares de famílias.
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