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Dívida da empresa é da ordem de R$ 4 bilhões.Aposta é aumentar faturamento com canais digitais.
A Máquina de Vendas, controladora da varejista Ricardo Eletro, entrou com pedido de recuperação judicial na sexta-feira (7). A dívida é de R$ 4 bilhões.
O pedido foi protocolado na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Além da varejista, a empresa é dona da Insinuante, Salfer, City Lar e EletroShopping.
“É sabido, por parte de todos os colaboradores, credores e fornecedores, o esforço que vinha sendo feito pela empresa para superar as crises anteriores. Havia um processo de retomada em curso, mesmo com a estrutura de capital ainda fragilizada, que foi interrompido por conta da pandemia de Covid-19”, diz nota da empresa.
O texto prossegue: “A Máquina de Vendas entende que está no caminho certo e vê a recuperação judicial como um momento transitório na jornada de reconstrução do seu negócio.”
A empresa alega que passou a enfrentar dificuldades no recebimento de produtos chineses com o início da pandemia na Ásia para, em seguida, sofrer com queima de caixa quando as medidas de isolamento social chegaram ao Brasil.
A Ricardo Eletro, contudo, anunciou o fechamento de suas mais de 600 lojas físicas ao redor do país. A aposta é o crescimento dos canais digitais, que, segundo a empresa, tiveram crescimento no período de 50 mil para 350 mil visitas diárias.
A Máquina de Vendas passava por processo de recuperação extrajudicial desde 2019. Bancos como Bradesco, Itaú e Santander, além da Whirlpool, estão entre os principais credores.
No início de julho, Ricardo Nunes, fundador e ex-principal acionista da Ricardo Eletro, foi preso em São Paulo. Ele era investigado na operação “Direto com o dono”, de combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em Minas Gerais.
De acordo com os investigadores, aproximadamente R$ 400 milhões de impostos da rede varejista foram embutidos no preço dos produtos, mas não era repassado ao estado.
A filha de Ricardo, Laura Nunes, também foi presa, na Grande BH, mas teve a prisão revogada a pedido do Ministério Público, por ter contribuído com as investigações.
A Ricardo Eletro disse, naquele dia, que Ricardo Nunes e familiares “não fazem parte do seu quadro de acionistas e nem mesmo da administração da companhia desde 2019”.