Consumo brasileiro de café cresce 3,5% como revela pesquisa da Abic

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 11:25
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:35
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Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos

Segundo maior consumidor mundial de café, atrás apenas dos Estados
Unidos, o Brasil consumiu 1,7 milhão de toneladas do produto no ano passado, o
que corresponde a cerca de 21,9 milhões de sacas. Esses dados constam do
relatório da pesquisa Tendências do Mercado de Cafés em 2017, patrocinada pela
Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), que também identificou as
oportunidades e as principais tendências do mercado de café no País,
especialmente na ótica do consumo.

Conforme o relatório, o consumo de café no Brasil aumentou 3,5% em 2017
comparado ao ano anterior. “Esse crescimento demonstra que os apreciadores de
café continuam cada vez mais consumindo o produto sob as mais diferentes
formas, em função da melhoria da qualidade dos cafés do Brasil verificada nas
últimas duas décadas, o que tem contribuído para esse crescimento contínuo do
consumo”, avalia Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Abic.

De acordo com o executivo, o volume de 2017 superou a expectativa da
entidade, que apontava para um crescimento de 1%. “Isso significa que o consumo
de café não foi afetado pela crise econômica brasileira, assim como na grande
crise mundial de 2008”, lembra o executivo, acrescentando que Brasil consumiu
21,9 milhões de sacas de café no ano passado.

Para ele, esse aumento de consumo se dá pelo fato de o café ser uma
bebida tradicional e de consumo diário. “Essa característica se manteve,
vencendo outras categorias de bebidas e alimentos que tiveram redução no
consumo.” Ainda de acordo com o executivo, outro fator relevante para esse
incremento é o preço do café, que é muito barato e não afeta o bolso nem o
orçamento familiar. “Mas, acima de tudo, a melhoria da qualidade do café
oferecido aos consumidores, nas várias categorias, desde o tradicional até os
gourmets, foi o fator mais importante. A qualidade é o motor do consumo. Melhor
a qualidade, maior o consumo”, destaca Herszkowicz.

Projeções

Para o diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz o crescimento no
consumo de café pelos brasileiros demonstra que os apreciadores continuam cada
vez mais consumindo o produto sob as mais diferentes formas devido a melhoria
da qualidade dos cafés do Brasil verificada nas últimas duas décadas.

Segundo projeção do relatório Tendências do Mercado de Cafés, de 2017 a
2021 as taxas de crescimento do consumo no Brasil serão de 3,3% para o café em
pó, de 4,3% para o café torrado e 9% de café em cápsulas. “Essas projeções
demonstram que o consumo de café em cápsulas seguirá crescendo e, ainda, que o
consumidor brasileiro também aumentará a demanda de café ‘premium’ (categoria
superior de café com grãos cuidadosamente selecionados e blends diferentes) em
outras formas de consumo, por meio de café moído e em grão”, acredita o diretor
da entidade.

Herszkowicz acrescenta que, em relação especificamente à qualidade do
produto, o relatório destaca que os cafés premium terão crescimento de dois
dígitos, resultado de uma mudança relevante de perfil do consumidor brasileiro
em relação ao produto. “Esse crescimento do consumo de cafés superiores e
gourmet responde ao interesse crescente dos consumidores, principalmente os
jovens. Sabores distintos, aromas intensos, formas de preparo que resultam em
bebidas diferentes e cafeterias agradáveis e bem frequentadas, tudo isto mostra
um consumidor em mudança, com novo perfil, mais preparado, mais conhecedor,
mais curioso e muito mais exigente”, avalia.

Perspectivas

De acordo com o executivo, a Abic reviu suas projeções para o mercado do
café em 2018, e o cenário é animador. “Em 2018, com a melhora das condições
econômicas, o café deve continuar sendo consumido diariamente”, prevê. “A
projeção é de um crescimento de 3,6%, elevando o consumo para 22,9 milhões de
sacas, o que será um novo recorde, e significa que cada brasileiro consumirá,
em média, 87 litros/ano”, arremata o diretor da Abic.


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