Conheça os métodos que facilitam e aumentam a eficácia na secagem de roupas

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 24 de março de 2025 às 17:00
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Os métodos japonês e holandês reúnem técnicas que diminuem o tempo da secagem, considerando a umidade e a circulação do ar nos ambientes da casa

A secagem de roupas pode parecer um processo simples, mas é impactado pela umidade, pela disposição das peças, pelo tipo de tecido e pela possibilidade de circulação de ar na casa. Observando as características de cada região, alguns métodos foram desenvolvidos em diferentes países para aumentar a eficácia desse processo.

Dentre eles, o método japonês e holandês são usados com certa frequência, inclusive aqui no Brasil, por profissionais de organização e limpeza, e também por pessoas comuns, sem um conhecimento especializado, que, por tentativa e erro, passam adotar algumas dessas técnicas para uma secagem mais rápida das roupas.

Confira como funciona essas duas estratégias e algumas dicas simples que ajudam na secagem.

Método japonês

No Japão, espaços domésticos compactos são comuns. Por conta disso, alguns métodos e técnicas são usados frequentemente para garantir a secagem de roupas de uma maneira mais eficiente e rápida no dia a dia.

“Dentro das casas não há uma lavanderia com tanque de lavar roupas, como no Brasil. Normalmente, a área destinada à secagem é o banheiro – espaço com grande umidade –, por isso, lá é fundamental pensar em estratégias para secar as peças”, conta Karen Komatsu (@donaorganizada), personal organizer, que viveu no Japão há quase 30 anos e pôde aprender algumas técnicas vivendo no país.

“O Japão foi o primeiro lugar que vi aproveitando o espaço aéreo e vertical para secar roupas, otimizando a pouca metragem que tem nas residências”, comenta.

O método japonês para secagem de roupa prioriza, portanto, a circulação do ar entre as peças de roupa penduradas. Nesta técnica, o indicado é pendurar as roupas mais longas no final, nas laterais do varal, e as mais curtas ao centro, sempre penduradas em cabide ou pela ponta da peça.

Passagem de ar

“Assim, forma-se uma espécie de arco com as peças penduradas, que favorece a passagem de ar entre as roupas”, destaca Michele Trevisan (@micheletrevisanorganiza), personal organizer e especialista em treinamentos de lavadoria e passadoria da Mitre Organização.

Foi lá que Karen também teve contato com cabides dobráveis com pregadores, atualmente, comercializados em diversas lojas aqui no Brasil. “Esses modelos auxiliam no posicionamento das roupas de uma forma que se assemelha a um arco”, afirma Karen.

Quando as peças ficam posicionadas dessa maneira, a personal organizer explica que o tempo de secagem é em torno de 4 horas. Já quando os itens são colocados de modo aleatório, intercalando diferentes comprimentos, a secagem dura, em média, quatro horas e meia.

Espaçamento

Além do posicionamento das roupas, é importante pensar no espaçamento dado na disposição do varal. “Para garantir que o ar circule entre as peças, também é importante dar espaço entre as suas roupas, ou seja, a sua disposição no varal”, pontua Michele.

“Em varal de chão, o ideal é que usemos pelo menos duas fileiras de espaço entre as peças”, sugere a personal organizer.

Ainda que se reduza a quantidade de itens que podem ser pendurados, a eficácia da secagem aumenta. “Colocar as peças juntas, além de não facilitar a secagem, as roupas podem ficar com mau cheiro, devido ao acúmulo de umidade e não circulação do ar”, comenta Michele.

O ambiente onde as roupas serão colocadas também precisa ser pensado. “Nem sempre a lavanderia é bem posicionada na casa ou no apartamento, com as melhores condições de luz e umidade”, salienta Michele. Cabe pensar em alternativas para realocar o varal ou as roupas, mesmo que temporariamente, para agilizar essa secagem.

Cabides

Cabides com pregadores e equipamentos de ar condicionado podem ser facilitadores na secagem. “Cabides de prendedores podem ser pendurados nos varões dos banheiros, quando têm um sistema de exaustão, o que pode ajudar na parte da secagem”, diz Karen.

“Quando há ar-condicionado, os itens podem ser colocados em frente a esses equipamentos pendurados em varais”, complementa.

Evite tecidos pesados

A técnica japonesa não é recomendada para roupas de tricô, lã e linho, que são muito delicadas. Essas peças, quando molhadas, ficam pesadas, e, devido ao risco de se deformarem, é melhor não as pendurar desta forma.

Nesses casos, uma possibilidade de secar roupas com esses materiais é usar uma toalha de banho seca. Conforme orienta Michele, a peça deve ser estendida sobre uma mesa e a roupa posicionada sobre a toalha.

Depois disso, deve-se fazer um “rolinho” da toalha, que, ao ser enrolada, envolverá a roupa de tricô ou lã. A toalha sugará a umidade da roupa e a peça sairá praticamente seca. “Se for preciso, para terminar de secar, coloque no varal por mais um tempo, de preferência estendido horizontalmente”, afirma a personal organizer.

Método holandês

O método holandês foi pensado, sobretudo, para ambientes com pouca ventilação, já que a Holanda e os seus arredores é uma região que tem invernos intensos, onde é comum o uso de aquecedores e a abertura das janelas das residências é feita de maneira mais pontual.

“A técnica consiste em usar bolsas ou garrafas com água quente próximos ao varal de roupas”, explica Michele.

Esses recipientes com água quente serão posicionados tampados no ambiente de secagem. “A bolsa ou a garrafa com água quente em ambientes fechados e sem ventilação aquecerá a área ao redor das roupas, diminuirá a umidade, acelerará o processo de evaporação da água das roupas e, consequentemente, a secagem das roupas, além de evitar o mau cheiro”, comenta Michele.

“É um processo mais lento se comparado à secagem feita com o método japonês, mas é uma saída para quem realmente tem essas condições em casa”, complementa.

Associação de métodos

Para aumentar a eficácia e velocidade de secagem, a associação desses e demais métodos é útil. No caso da técnica holandesa, o que pode ser feito, é associá-la às japonesas, estendo as peças com distância significativa entre elas, pelas pontas e com cabides, se possível.

O final do mês de março é conhecido pelo grande volume de chuvas na maior do país. Nesse período do ano, algumas orientações e cuidados extras são necessários para a secagem de roupas em casa.

“Quando a umidade do ar está bastante alta, em dias chuvosos ou úmidos, é preciso selecionar o que será lavado, ter paciência nesse processo de secagem, justamente, para que tudo não seja lavado de uma vez nem seja preciso fazer a secagem simultânea de muitas peças”, salienta Michele.

O uso do amaciante deve ser feito com parcimônia nesses períodos também. “O produto cria uma espécie de película, que prejudica a circulação do ar e retarda a secagem”, pontua a personal organizer.

O amaciante deve ser priorizado em períodos mais secos e em peças feitas totalmente de algodão e linho – em vestimentas de poliéster, o produto deve ser evitado. “O vinagre de álcool é uma opção equivalente ou uma pequena quantidade de álcool, ao invés do amaciante, o que facilita a evaporação, sobretudo, no inverno”, complementa.

Organização antes de tudo

Segundo notícia da revista Casa e Jardim, a personal organizer destaca que o processo de secagem deve ser pensado desde a lavagem ou até a pré-lavagem.

“Algo que estamos acostumados a usar no Brasil é a máquina de roupas, mas, sobretudo, em peças com manchas, é essencial investir na pré-lavagem com sabão em barra ou sabão de coco, associado a escovas, antes de colocar as roupas na máquina”, afirma Michele. Caso isso não seja feito, o tecido pode permanecer com manchas ou marcas de uso.


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