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Médicos veterinários alertam que as estações mais frias do ano podem afetar a saúde e o bem-estar de cães e gatos
O inverno é caracterizado pelas temperaturas mais frias do ano, podendo até ter geadas e nevascas dependendo da região do Brasil. Apesar de possuírem pelos, os cães e gatos também são mais suscetíveis ao frio e podem desenvolver gripes, resfriados, doenças respiratórias e dores relacionadas a problemas osteoarticulares.
“Os animais podem sofrer com as quedas bruscas de temperatura, com os ventos e as chuvas. Por isso, é muito importante mantê-los protegidos e aquecidos”, explica a integrante da Comissão de Bem-estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Rosângela Ribeiro Gebara.
Para evitar as doenças de inverno é importante ficar atento a vacinação e aos checkups preventivos, além de oferecer mais alimentos que possam ajudar a manter a imunidade do animal.
“Os pets devem estar bem alimentados e hidratados”, afirma o presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do Regional, Márcio Thomazo Mota.
Mas, afinal, o que é preciso fazer para que cães e gatos fiquem mais protegidos e confortáveis durante as estações mais frias do ano? Veja as dicas que preparamos:
Frequência dos banhos
O banho não precisa ser tão frequente quanto nas estações mais quentes, mas ele é importante porque a pelagem do animal resseca com o frio, e, com isso, podem ocorrer alergias causadas por bactérias e fungos, gerando desconforto e até problemas mais sérios.
“Se o banho não for em casa, certifique-se que o local tenha estrutura e suporte para o seu pet, como climatização, água morna, toalhas higienizadas e embaladas individualmente, e bons produtos”, ensina Márcio Thomazo Mota.
Para ajudar o pet a encarar o frio, a sugestão é reduzir a quantidade de pelos retirados nas tosas. “A pelagem por si só já é capaz de segurar a temperatura corporal. As tosas de verão e inverno são praticamente as mesmas, a diferença nesta época do ano são as opções de tamanho do corte”, diz o médico-veterinário.
Local para dormir
Não coloque seu cão para dormir diretamente no chão, mesmo que sobre panos. Para isso, basta fazer um estrado de madeira que fique aproximadamente quatro centímetros do chão, colocando por cima a cama, colchão ou cobertores.
O ideal é sempre mantê-lo longe da umidade. “Vale forrar o espaço com papelões e jornais. Desta forma, ele ficará quente e seco”, ensina Mota.
As casinhas devem ter pés altos ou serem colocadas sobre estrados, de forma a mantê-las abrigadas da chuva, frio e vento. “Lembre-se também de deixar seus pets em um espaço que contenha sol e sombra, para que ele mesmo escolha em qual ficar durante o dia”, diz o médico-veterinário.
Rosângela Gebara lembra que o animal nunca deve ficar ao relento ou exposto a chuva e vento. “Assim como uma criança ou um idoso, os cães e gatos podem adoecer nessas condições”, diz.
Uso de roupinhas
O uso de roupas para pets divide opiniões. Márcio Thomazo Mota diz que o uso pode acontecer, desde que tomado os devidos cuidados.
“Dependendo da pelagem do animal, o uso de roupas pode acarretar nós e quedas no pelo, danificando toda a estrutura da pelagem. Para não ter este problema, será preciso tratar por meio de hidratações, e cauterizações, dentre outros procedimentos estéticos”, diz.
Segundo Rosângela Gebara, deve-se priorizar o uso de roupinhas confortáveis e que não restrinjam a movimentação do animal. “Muitos cães com pelos longos ou com subpelo, mais adaptados aos climas frios, acabam não precisando desta proteção extra”, reforça.
Caso o animal apresente qualquer reação comportamental que sinalize desconforto, a roupinha deve ser retirada imediatamente, alerta a presidente da Comissão de Bem-estar Animal do CRMV-SP, Cristiane Pizzutto. “O importante é o animal se sentir bem e confortável com o acessório de proteção ao frio”.
Exposição ao sol
Ainda que no inverno o sol não aqueça tanto, ele continua emitindo radiação solar e, se houver excesso, pode causar câncer de pele, sobretudo nos cães com pelagem mais curta e pele clara.
“É importante ter o cuidado de usar o filtro solar específico para pets. Algumas áreas do corpo dos animais são mais sensíveis, como ao redor dos olhos, orelhas, focinho e barriga”, alerta Mota.
Prática de exercícios físicos
Os passeios com os cães são extremamente necessários, mas é preciso mudar a rotina se você mora em cidades muito frias.
“Prefira sair em períodos do dia em que estiver um pouco mais calor, como o final da manhã e início da tarde. Evite os passeios muito cedo ou à noite para que o animal não se exponha ao vento e temperaturas muito baixas”, diz Mota.
Não esqueça de manter o animal hidratado e a água fresca deve estar sempre à disposição, principalmente durante os passeios e atividades físicas. Se a temperatura não colaborar com o passeio de rotina, nada de deixar o animal parado dentro de casa.
“Use e abuse das atividades de enriquecimento, fazendo seu pet brincar, interagir com comedouros lentos e usufruir ainda mais das interações positivas com os membros humanos da família”, ensina Cristiane Pizzutto.
Alimentação equilibrada
A alimentação do animal também pode influenciar no frio que ele vai sentir. Isso acontece porque as calorias ingeridas podem ajudar a manter o corpo mais aquecido.
“Em alguns casos, será necessário aumentar um pouco a quantidade de comida oferecida para seu pet (entre 10 e 20%, dependendo do animal), ou incluir rações que tenham um percentual maior de proteínas, o que pode ser avaliado junto ao seu médico-veterinário durante consulta”, afirma o presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do Regional, Márcio Mota.
No inverno, cães e gatos tendem a beber menos água, e os tutores devem ficar alertas, afinal, manter a hidratação do pet é importante também nos dias de temperaturas mais baixas. “Uma maneira fácil de garantir que o animal se hidrate é oferecendo alimentos úmidos”, ensina Mota.
Vacinação em dia
Com as baixas temperaturas os animais podem estar mais suscetíveis a determinadas viroses, e, se estiverem em um ambiente fechado com mais animais, o desafio é ainda maior, pois podem adquirir a gripe canina, causada pelo vírus da influenza (tipos H3N8 e H3N2), e o vírus da cinomose. Por isso, a vacinação é essencial.
“Os gatos devem estar com a vacina tríplice (contra rinotraqueíte, calicivose e panleucopenia) em dia. Já os cães com a V8 (contra cinomose, hepatite infecciosa canina, parainfluenza, parvovirose, coronavirose e leptospirose – sorovares Canicola e Icterohaemorrhagiae). Se for um cão filhote, idoso ou que more com muitos outros cachorros, procure vacinas específicas para gripe canina, que protegem contra o Adenovírus Canino Tipo 2, o vírus da Parainfluenza Canina e a Bordetella bronchiseptica”, orienta Rosangêla Gerbara.
Outros cuidados
Segundo Rosângela Gebara, cães com artrite podem sentir mais dor em baixas temperaturas e necessitar de ajustes nas doses de medicamentos.
“Animais diabéticos, cardiopatas, com insuficiência renal ou com doenças hormonais podem ter mais dificuldade para regular a temperatura corporal e são mais suscetíveis ao frio extremo”.
(Com informações do portal do Conselho de Medicina Veterinária de SP)