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Também investigado para combater Alzheimer, ácido carnósico presente na planta pode impedir a interação da proteína spike do coronavírus e a proteína receptora ACE2
Ácido carnósico, presente no alecrim, pode bloquear a habilidade do coronavírus de infectar células
O ácido carnósico, composto presente no alecrim, pode bloquear a habilidade do vírus Sars-CoV-2 de infectar células, conforme sugere uma pesquisa preliminar publicada em 6 de janeiro na revista Antioxidants.
Conduzido pela instituição de pesquisa médica norte-americana The Scripps Research Institute, o estudo mostra que o ácido pode impedir a interação da proteína spike do vírus e a proteína receptora ACE2 — ligação que permite a entrada do Sars-CoV-2 nas células.
Anteriormente, os autores da pesquisa apresentaram indícios e revisaram outros estudos que diziam que o composto tem efeito na inibição de uma via inflamatória, ativa em casos de Covid-19 grave, mas também em outras doenças, incluindo Alzheimer.
Os pesquisadores acreditam ainda que o efeito anti-inflamatório pode ser benéfico contra casos de Covid-19 longa, um quadro mais duradouro que inclui sintomas diversos — entre eles, dificuldades cognitivas apelidadas de “nevoeiro cerebral”.
Em 2016, o grupo conduziu um estudo no qual o ácido carnósico ativou uma “cascata” de sinalização anti-inflamatória e antioxidante chamada via Nrf2.
A equipe encontrou evidências também de que a substância reduz sinais parecidos com o do Alzheimer em camundongos.
Agora os cientistas realizaram um experimento de infectividade e observaram que o ácido pode bloquear a capacidade de infecção do Sars-CoV-2.
O bloqueio é maior quanto mais altas forem as doses do componente. Os pesquisadores acreditam que a substância presente no alecrim tenha efeito antiviral, além de ser segura e “pouco reativa”.
Segundo explica em comunicado Stuart Lipton, autor sênior do estudo, o componente é “inativo e inócuo em seu estado normal”, mas é convertido em uma forma ativa nos locais onde isso é necessário.
Ele é ativado pela inflamação e oxidação em áreas de infecção; e em seguida modifica o receptor ACE2, tornando-o inexpugnável ao vírus.
Lipton e seus colegas estão agora trabalhando com os químicos do Scripps Research para sintetizar e testar derivados mais potentes do ácido.
“Achamos que vale a pena investigar o ácido carnósico, ou algum derivado otimizado, como um tratamento potencialmente barato, seguro e eficaz para a Covid-19 e alguns outros distúrbios relacionados à inflamação”, diz ele.
*Informações Revista Galileu