Como sintomas da Covid-19 evoluem a cada dia, de acordo com a gravidade

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de abril de 2020 às 11:30
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:33
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Primeiros sinais são febre, tosse e fadiga. Saiba como eles progridem em casos leves, moderados ou graves

Afetando mais de 740 mil pessoas ao redor do mundo, a Covid-19 já mostrou que não é só uma gripe. Causada pelo novo coronavírus Sars-Cov-2, a doença pode ser letal para alguns grupos de risco, agredindo significativamente o pulmão e podendo deixar rastros em outras panes do corpo.

Para evitar a progressão de casos, não só a prevenção é importante, mas também saber identificar os primeiros sintomas para iniciar o tratamento o mais rápido possível. 

Saiba quais são eles e como eles evoluem em cada tipo de quadro, segundo o infectologista Luis Fernando Aranha, da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Incubação

Uma vez no organismo, o período de incubação do vírus, ou seja, o tempo que leva até que os primeiros sintomas se manifestem, é de dois a 14 dias. Em geral, a maioria das pessoas começa a apresentá-los no quinto dia.

5º dia: primeiros sintomas

Os principais sintomas da infecção são febre, tosse, fadiga ou dor muscular. “Se a pessoa tem febre alta e contínua por dois a três dias, o caso requer uma avaliação médica”, afirma Aranha, citando a associação com sintomas respiratórios intensos. 

A tosse característica da pandemia é frequente, seca ou com pouca secreção. Se houver piora, é hora de procurar um médico.

A fadiga e a astenia, falta de força física, podem ser fruto da atuação de interferons, proteínas que estão associadas ao sistema de defesa do nosso corpo. 

“Estes são os sinais de que você precisa procurar assistência médica”, explica o infectologista. “Em especial, se pertencer aos grupos de risco da epidemia.”

7º dia: evolução

A partir do sétimo dia, é possível avaliar como será a evolução de cada paciente. 

Aqueles que sentem os primeiros sintomas por um ou dois dias e, então, melhoram são considerados casos leves e representam 80% dos infectados. 

Já aqueles que sentem os sinais se intensificarem a partir do sétimo dia estão no grupo de casos moderados. A presença de falta de ar e insuficiência respiratória nessa fase é um alerta.

“Em casos graves, o vírus pode afetar mais de 50% do pulmão, provocando casos de insuficiência respiratória grave, nos quais o paciente precisará da assistência de uma unidade de terapia intensiva (UTI) e de ventilação mecânica”, explica Aranha. 

Segundo o médico, este é um quadro de infecção intensa e pode causar lesões em outros órgãos, principalmente os rins e o fígado.

Em 10 dias ou mais

Casos leves, cujos sintomas não evoluem, podem apresentar melhora em cerca de sete a dez dias. Já os pacientes mais graves podem levar mais de duas semanas para se recuperarem.

Sintomas secundários

Entre outros sintomas que podem aparecer durante a infecção, cerca de 30% dos pacientes  apresentam diarreia.

“É muito comum isolar o vírus nas fezes, causando diarreia. É provável que o vírus agrida o epitélio intestinal também”, afirma Aranha. 

Algumas pessoas também podem sofrer perda de olfato e paladar momentaneamente, voltando ao normal alguns dias após a recuperação. Sintomas gripais como espirros e nariz entupido não são comuns.

O sintoma que tem causado mais preocupação é a falta de ar, que pode estar associado a crises de ansiedade ou estresse.

“Somente um exame físico pode dizer se a dificuldade para respirar é de natureza física ou emocional”, diz o infectologista. Na dúvida, procure um médico.


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