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Entre a aprovação do Código de Obras de 1968 e os tempos atuais existem três outras Francas a mais, ou seja 270 mil habitantes.
A Avenida Champagnat terminava no córrego Cubatão. Depois, era o início da estrada que levava a Patrocínio Paulista
A Câmara de Vereadores aprovou as alterações no Código de Edificações do Município, depois de proposta da Prefeitura Municipal.
A proposta é modernizar e agilizar o processo construtivo, mas dar um padrão para facilitar o trâmite dos processos na área competente da Prefeitura.
O Código de Edificações em vigor foi aprovado em 1968. Ao longo dos 53 anos sofreu algumas modificações pontuais.
Algumas proporcionaram modernização, mas outras desfiguraram a ideia inicial de planejar a malha urbana e o desenvolvimento de Franca.
Como era Franca na aprovação do Código de Edificações
Em 1968, quando o Código foi aprovado, Franca ainda não tinha o Lanchão. Também não tinha o Teatro Municipal. O Poliesportivo só foi inaugurado em 1975.
Naquela época não havia o Batalhão de Polícia Militar, muito menos o campus da Unifran. A Faculdade de Direito e a Facef estavam sendo construídas no antigo campo das galinhas.
O prédio do antigo Fórum nem havia saído do papel e aquela área era um brejo tão acentuado que “quebrou” a empresa que venceu a concorrência para sua construção.
Tanto as avenidas Dr. Hélio Palermo, como a Dr. Alonso só vieram depois. Mesmo assim, a avenida Dr. Alonso acabava na confluência com a Avenida Champagnat.
A Avenida Orlando Dompieri só veio na administração de Sidnei Rocha, por volta de 1985. O mesmo com a Avenida Moacir Coelho.
Companhia Mogiana
Quando o Código de Edificações foi aprovado, a cidade era cortada pelos trilhos da Companhia Mogiana, que depois virou Fepasa.
O Distrito Industrial não apenas era longe como era um sonho distante. O Aeroporto de Franca era um campo de aviação com pista de terra, onde hoje é o Distrito Industrial.
Para se ter uma ideia das mudanças que Franca sofreu desde a aprovação do Código de Edificações, basta mencionar que o Parque Vicente Leporace ainda era uma fazenda. (imagina então tudo que vem depois do Leporace).
Em 1968 o maior “estádio” de Franca era o do Palmeirinhas, que recebia jogos da Francana, treinada por um técnico que ficaria famoso, Rubens Mineli, além de amistosos contra o São Paulo, Cruzeiro, Portuguesa e muitos outros.
Poucos bairros
Não dá para citar todos, mas em 1968 Franca não tinha os bairros: Jardins Aeroporto, Jardins Paulistano, Noêmia, City Petrópolis, Parque do Horto, Leporace, Luiza, Moreira Júnior.
Também não tinha o jardim Antônio Petráglia, o Nova Franca, o Jardim Integração. O Residencial Amazonas é moderno, perto de todos os outros.
A escola Industrial ainda era um prédio inacabado, a Escola João Marciano não existia. Aliás, a cidade acabava logo depois do entroncamento das avenidas Presidente Vagas e Brasil.
Onde é o Terminal de Passageiros Ayrton Senna existia o Mercadão Municipal, até então com 10 anos. Na frente dele era a Rodoviária, com duas plataformas lado a lado.
Era o fim
Em 1968, a cidade terminava nas margens do córrego Espraiado e depois dele só o Parque Progresso. Depois dali era só mato.
Parque Castelo, Jardim Elimar, Jardim Noêmia e todos os bairros que vêm depois ainda eram mato.
Naquela época, Franca ainda não tinha chegado a 90 mil habitantes – diferente dos mais de 360 mil habitantes projetados hoje em Dia.
Na questão predial, Franca tinha dois prédios: o Franca do Imperador e o dos Bancários. O terceiro, na Praça Nossa Senhora da Conceição só foi construído em 1973.
Calçadões
Assim era a Praça Barão da Franca na época da aprovação do Código de Edificações (Foto: Francasite)
Não existiam os Calçadões no centro da cidade, que só foram implantados por Hélio Palermo (o da Marechal Deodoro, em 1975) e por Ary Balieiro (todo o restante, em 1987).
O Parque Progresso e a Vila São Sebastião não sabiam o que era água encanada, esgotos e asfalto. Isso só chegou por volta de 1980.
A Prefeitura de Franca funcionava ainda no prédio que é hoje o Museu Histórico. O Colégio Champagnat, o Colégio Nossa Senhora de Lourdes e o Colégio Jesus Maria José estavam apinhados de estudantes de Franca e de todo o Brasil.
A avenida Dr. Adhemar de Barros não existia e as saídas para Ibiraci, de um lado, e Claraval, de outro, ainda eram por vias sem asfalto.
População 3 vezes maior
Enfim, entre a aprovação do Código de Obras de 1968 e os tempos atuais existem 3 outras Francas a mais, ou seja 270 mil habitantes.
Franca ainda tinha a antiga Estação de Tratamento de Esgoto, que funcionava no final do Jardim Consolação, onde existem 4 tanques de concreto, resquícios daquele tempo
O serviço de transporte urbano era feito pela Empresa São José dos irmãos Gonçalves, cuja garagem ficava onde se situa hoje o templo da Igreja Universal, na rua Voluntários da Franca.
A falta de Código de Edificações permitiu o surgimento da Vila Europa, então um loteamento irregular, que só foi regularizado muitos anos depois, para prejuízo do município e dos que compraram e edificaram no bairro.
Em muitos locais da cidade existem ainda hoje obras em desalinho, que foram edificadas naquela época, antes do primeiro Código de Edificações.
O novo Código, além de regras, pode trazer rapidez na aprovação dos projetos e menor intervenção de pessoas no processo decisório.