Comida e mofo: tirar a parte com bolor e comer o resto ou tudo deve ser descartado?

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 25 de janeiro de 2025 às 08:30
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Especialista afirma que a textura, o gosto, a aparência e o prazo de validade devem ser levados em consideração em alguns casos

Você costuma cortar a parte mofada da comida e comer? Cuidado! Foto Aileen Son / The New York Times

 

Quem nunca passou pela cena de ir até a cesta de pão e ver que apenas uma ponta dele está mofada, ou que uma fatia está com o característico bolor verde. Você tira aquela parte e come ou joga tudo fora?

O certo, segundo especialistas, é jogar tudo fora.

Seja pães, frutas, legumes, e até certos tipos de queijo. Quando o mofo surge e conseguimos visualizá-lo quer dizer que há uma quantidade muito grande de fungos ali naquela região, mas que eles já se espalharam para toda a extensão do alimento.

“Pão de forma, por exemplo, as pessoas acreditam que apenas uma fatia mofa. Joga aquela fora e come o resto, mas os fungos já se espalharam por todas as fatias, a gente só não consegue enxergá-los.

“É importante sempre olhar a data de validade, e mesmo assim, se tiver no prazo, mas surgir mofo, joga fora. É horrível dizer isso, mas é necessário”, explica a nutricionista Priscilla Primi.

O mesmo acontece com bolo, biscoito e alguns alimentos dentro da geladeira, como pudim, geleia e molho de tomate.

Com as frutas é um pouco diferente por conta do tamanho. A especialista afirma que se o mofo surgir em um mamão formosa, por exemplo, e for algo pequeno ou em uma região específica, devemos cortar a parte mofada, abrir a fruta e ver se por dentro dela está com boa aparência e sem bolor.

Se a resposta for positiva, a fruta está apta a ser consumida.

O mesmo não acontece com frutas menores, como o morango, laranja e mexerica. Nestes casos não é possível saber se o mofo já atingiu completamente a fruta ou apenas naquela região específica.

No caso dos queijos é um pouco mais complicado, visto que tem queijos que o mofo e o bolor fazem parte e concede o gosto característico dos queijos, como é o caso do gorgonzola.

A nutricionista, entretanto, afirma que eles têm um prazo de validade e comê-los fora desse prazo é um risco e perigo muito grande, por isso, a primeira sugestão é sempre seguir o prazo relatado no rótulo.

Outra sugestão é sempre olhar a aparência e textura dos queijos.

“Aqueles mais frescos e que são armazenados na geladeira, geralmente costumam adquirir uma coloração meio esverdeada e ficam com uma gosma na parte superior deles”.

“Além disso, podem ter um cheiro mais forte e um gosto azedo. Neste caso eles precisam ser descartados imediatamente”, diz Primi.

Queijos armazenados fora da geladeira costumam ficar com o gosto estranho e azedo. Segundo a especialista, é necessário proteger esses queijos e ficar de olho na validade deles.

“O que é mais seguro de se fazer nestes casos para evitar a contaminação é manter a maioria desses produtos na geladeira ou congelados. Conseguimos frear essa proliferação de microrganismo e bolor”.

“O pão de fermentação natural, por exemplo, que adquiri mofo mais rápido, pode ser fatiado e colocado no congelador. Ao usá-lo, esquentar na air fryer ou na torradeira e comê-lo aos poucos”, explica Primi.

A nutricionista dá outra dica para alguns produtos, como molho de tomate.

“Abriu e não usou tudo? Transporta o restante para outro vidro e cobre com uma fina camada de azeite. Ele vai servir como um pote hermético tirando todo o oxigênio e não tem como o bolor se proliferar”, diz.

Geleias, manteiga, queijos e outros produtos realmente precisam ser consumidos de forma rápida e dentro do prazo de validade.

Quanto aos pães, também não deixar em temperatura ambiente por muito tempo. A sugestão é comprar os alimentos em quantidades menores para não ter desperdício.

*Informações O Globo


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