Com a chegada do verão, chega também a preocupação com os casos de dengue

  • Robson Leite
  • Publicado em 25 de dezembro de 2024 às 09:00
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É importante que o paciente busque atendimento médico o quanto antes para evitar a evolução para quadros graves da doença.

De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, foram registrados mais de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue em 2024 e 5.881 óbitos confirmados.

Com a chegada do verão, em dezembro, que traz pancadas de chuva frequentes e dias mais quentes, a tendência é que haja um aumento de casos de dengue e outras arboviroses, como a Zika, a Chikungunya e o Oropouche.

“A dengue, a Zika e a Chikungunya são transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti, que tem a sua reprodução favorecida, principalmente, por ambientes com acúmulo de água parada e temperaturas mais elevadas”, explica a dra. Luisa Chebabo, infectologista dos laboratórios Sérgio Franco e do Bronstein, que fazem parte da Dasa.

Segundo ela, “como o tempo que o mosquito leva para se desenvolver totalmente é bem menor em épocas quentes se comparado com dias mais amenos, os casos das doenças transmitidas por ele aumentam de forma significativa no verão”.

Sintomas

“E esse aumento de casos não está ocorrendo apenas no Brasil. As mudanças climáticas dos últimos anos desempenharam um papel essencial na disseminação de arboviroses no mundo, fazendo com que elas estejam mais presentes em países que não têm um clima tropical, como Portugal, Espanha e outros locais da Europa.”

A dengue é a doença mais comum transmitida pelo mosquito, com sintomas como febre alta, dor atrás dos olhos, dor no corpo, cansaço e manchas vermelhas na pele. Em casos mais sérios, pode evoluir para a forma grave, que leva a sangramentos e até ao óbito caso não seja tratada de maneira adequada.

Atualmente, o Brasil registra a presença dos quatro sorotipos da doença: DENV-1 e DENV-4, considerados menos virulentos, e DENV-2 e DENV-3, geralmente associados aos casos mais graves.

A Chikungunya, por sua vez, é caracterizada, principalmente, por dores intensas nas articulações, que podem durar semanas ou até meses, além de febre e mal-estar.

Já a Zika, que tende a ser assintomática na maioria dos casos, pode levar a quadros de febre baixa, erupções cutâneas e dor nas articulações, sendo ainda mais preocupante para as gestantes, já que aumenta as chances de desenvolvimento de microcefalia nos bebês.

Pernilongo

Apesar de ser relacionado, na maioria das vezes, com o Culicoides paraensis, também conhecido como mosquito-pólvora, o vírus Oropouche também pode ser transmitido pelo Culex quinquefasciatus, popularmente chamado de pernilongo, e deve ser outro ponto de atenção durante o verão.

Seus principais sintomas incluem febre, dores musculares, dor de cabeça, dor retro-orbital (atrás dos olhos), calafrios, náuseas, vômitos e erupções cutâneas. Em alguns casos, pode haver também inflamação nas articulações e conjuntivite.

“Existem diversas ações que podem prevenir essas arboviroses. Uma delas é a vacina da dengue, que deve ser tomada em duas doses e com três meses de intervalo entre elas. No dia a dia, a principal medida é eliminar os locais de reprodução do mosquito, como pneus, garrafas, caixas-d’água e vasilhas destampadas e qualquer recipiente que possa acumular água”.

De acordo com a especialista, “durante temporadas de calor ou chuvas mais frequentes, essas ações devem ser feitas ao menos uma vez por semana por conta, principalmente, do ciclo de reprodução mais acelerado do mosquito. Além disso, o uso de repelente e de roupas de mangas longas, além da instalação de mosquiteiros em portas e janelas, também são recomendações adicionais para reduzir o risco de infecção”.

Caso um ou mais sintomas de dengue, Zika, Chikungunya ou Oropouche seja identificado, é importante que o paciente busque atendimento médico especializado o quanto antes para evitar a evolução para quadros graves da doença.


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