Especialista explica o que fazer para cuidar da saúde nesse período de secura, quando os problemas respiratórios são mais comuns
Conhecido como a estação das mudanças, o outono, que começou nesta quinta-feira (20), marca a transição entre o verão quente e úmido e o inverno mais frio, criando condições favoráveis para o aumento de doenças respiratórias.
O ar mais seco e as oscilações de temperatura impactam diretamente as vias respiratórias, favorecendo a circulação de vírus e agravando quadros alérgicos e inflamatórios.
Além das viroses respiratórias, que causam sintomas como congestão nasal, tosse, dor de cabeça e febre, há um aumento de quadros como rinite alérgica e rinossinusite, agravadas pela baixa umidade do ar e exposição a alérgenos.
Também são comuns a faringoamigdalite, infecção da faringe e amígdalas que provoca dor de garganta, febre e inchaço dos linfonodos; otite média aguda, inflamação do ouvido médio comum após infecções virais, além de bronquite e pneumonia, que podem evoluir a partir de infecções virais ou bacterianas e levar a complicações respiratórias mais graves.
Síndrome aguda
“As doenças respiratórias são um grande desafio nesta época do ano, pois a combinação do ar seco, variações de temperatura e maior circulação de vírus impacta diretamente a saúde da população”, explica o doutor Leonardo Haddad, otorrinolaringologista e presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial(ABORL-CCF).
Segundo ele, “o ideal é investir em prevenção para minimizar riscos e evitar complicações mais graves”,.
O especialista reforça, ainda, que crianças e idosos costumam ser os mais afetados, especialmente por doenças como a síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Função nasal
A exposição ao frio repentino pode comprometer a função nasal e reduzir as defesas naturais do organismo, tornando-o mais vulnerável a infecções.
O tratamento inicial geralmente envolve o uso de analgésicos e antitérmicos comuns, mas, dependendo da duração e gravidade dos sintomas, é essencial procurar um especialista para avaliar a necessidade de intervenção específica.
O presidente da ABORL-CCF alerta que antibióticos devem ser usados apenas para infecções bacterianas diagnosticadas, pois não têm eficácia contra o vírus e podem causar mais prejuízos do que benefícios quando utilizados de forma indiscriminada.
Ele também alerta para o uso frequente de corticoides orais no tratamento de sintomas das vias respiratórias, prática que pode trazer consequências à saúde de crianças e adultos.
Dicas para prevenir doenças respiratórias
Mantenha a hidratação: beber bastante água ajuda a manter as vias respiratórias protegidas e evitar irritações.
Faça lavagem nasal regularmente: o uso de soro fisiológico ajuda a limpar as vias respiratórias, reduzindo o acúmulo de partículas irritantes e prevenindo infecções.
Evite ambientes fechados e pouco ventilados: sempre que possível, mantenha janelas abertas para a circulação do ar.
Lave as mãos frequentemente: a higiene adequada reduz a transmissão de vírus e bactérias.
Atenção à alimentação: uma dieta equilibrada fortalece o sistema imunológico.
Use umidificadores de ar ou bacias com água: Isso pode minimizar os efeitos do ar seco dentro de casa.
Procure atendimento médico se necessário: sintomas persistentes ou agravamento do quadro podem indicar necessidade de tratamento específico.