Você já teve a sensação de que não merece o sucesso que conquistou? Que as pessoas estão exagerando quando lhe fazem elogios? Que o seu trabalho duro não é tão merecedor de reconhecimento quanto o das outras pessoas?
Se você respondeu SIM para pelo menos uma dessas perguntas, cuidado! Você pode estar sofrendo da Síndrome do Impostor.
Você pode até nunca ter ouvido falar sobre ela, mas ela é mais comum do que você imagina.
Inclusive, uma pesquisa da Universidade Dominicana da Califórnia levantou que cerca de 70% das pessoas se sentem “uma fraude”, principalmente no ambiente de trabalho.
E esse é um dos sentimentos que compõe a Síndrome do Impostor, termo usado pela primeira vez em 1978 pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes.
Mas o tema ganhou algum destaque nos últimos anos, quando personalidades como a ex-primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama; o engenheiro aeroespacial e primeiro homem a pisar na lua, Neil Armstrong; a escritora e primeira mulher negra a ser estampada em uma moeda americana, Maya Angelou; e o ator e ganhador do Oscar, Tom Hanks, falaram publicamente sobre esse sentimento de duvidar das próprias conquistas.
Além disso, recentemente, no Brasil, o conceito também tem estado presente em debates sobre empoderamento feminino.
Mas quais são os fatores causadores da Síndrome do Impostor e por que ela é mais frequente entre as mulheres?
De forma resumida, a Síndrome do Impostor é o nome atribuído a um sentimento de que você não é bem sucedido porque o merece e que, em algum momento, todos irão descobrir que você não passa de uma fraude.
A Síndrome do Impostor é caracterizada por pessoas que têm tendência à autossabotagem. Então, o indivíduo constrói, dentro da cabeça dele, uma percepção de si mesmo de incompetência ou insuficiência.
Naturalmente, todo o cérebro humano possui essa pré-disposição a colocar essa sensação de incapacidade e demérito. E, dependendo do modelo mental e da forma como cada um pensa, isso pode aumentar ou diminuir essa crença, o que também pode ser reforçado pelo meio em que a pessoa se encontra.
Ou seja, é uma crença dentro da pessoa de que ela não é boa o suficiente, foi um golpe de sorte ou as pessoas estão exagerando. Por mais que ela consiga vários resultados positivos, ela não consegue se perceber dentro disso. Acha que suas conquistas são fruto de sorte ou qualquer outro fator. O mérito não vai para a ela. É uma síndrome ligada às capacidades, habilidades e o não-merecimento.
Um nível alto de cobrança na infância é uma das grandes causas dessa sensação, mas também vem do convívio social, principalmente entre os tímidos.
Mas porque a Síndrome do Impostor afeta muito mais as mulheres?
Segundo vários estudos, verificou-se que a Síndrome do Impostor atinge muito mais mulheres do que homens por questões estruturais de uma sociedade patriarcal, machista.
Nela, mulheres não têm os mesmos direitos nem oportunidades. O sistema patriarcal, que é marcado por opressão, inferiorização e objetificação da mulher, traz diversas consequências a elas, inclusive no que se refere à autoestima.
Isso fica mais claro quando olhamos para o aspecto profissional.
Por terem entrado mais tarde no mercado de trabalho e lidarem até hoje com notórias desigualdades de tratamento, muitas mulheres encaram com preocupação e evidente insegurança os avanços na carreira.
Isto porque, ainda hoje elas são vistas como o sexo frágil, a quem cabe ser mãe e cuidar da casa porque são incapazes de cumprir com obrigações profissionais. E isso com certeza gera uma autopercepção bastante negativa.
O resultado disso? O sentimento de não ser capacitada e estar enganando todo mundo se espalha por diferentes profissões e classes sociais.
Uma coisa que precisa ficar clara é que esse sentimento não impede que a mulher se desenvolva, mas envolve o processo em doses exageradas de sofrimento e dúvidas.
Mas como saber se você sofre ou não da Síndrome do Impostor? Veja abaixo alguns sinais:
Sentimento de não pertencimento
Muitas vezes, as pessoas que sofrem com a Síndrome do Impostor podem pensar que não merecem estar onde estão e tentam se esconder o tempo todo, passar despercebido(a). Quando isso ocorre, é comum que haja um sentimento de não pertencimento aos locais que, como consequência, leva as pessoas a se afastarem dos grupos.
Procrastinação
Outro sintoma presente na vida de quem sofre com esse problema é a procrastinação. Nesse caso, no entanto, ela vem a partir de uma insegurança dos indivíduos sobre as tarefas a executar, a pergunta sempre é: e se der certo? É preciso ter certeza sobre a origem da procrastinação para saber se ela está associada à Síndrome do Impostor.
Autossabotagem
Pessoas que convivem com a síndrome também podem apresentar quadros de autossabotagem. Ou seja: elas criam mecanismos para fugir de certas experiências em que não se sentem seguras para desempenhar um bom papel. Por isso, costumam perder boas oportunidades e acabam se arrependendo e na maioria das vezes perdem grandes oportunidades.
Autodepreciação
Se você costuma falar mal de si mesmo com muita frequência, fique atento ou atenta: isso também é um sinal importante. Aliás, pessoas com a síndrome tendem a gostar menos de suas qualidades e características, tornando-se amarguradas e tóxicas consigo mesmas.
Ingratidão
Por não aceitarem que são boas em algo, as pessoas nessa condição acabam tendo muita dificuldade para aceitar que os outros encontrem boas características nelas. Assim, acabam rechaçando elogios, não se sentem à vontade quando recebem premiações ou presentes e contrapondo as pessoas o tempo todo. Torna-se mais difícil, então, apreciar qualquer tipo de reconhecimento recebido.
Autocrítica excessiva
É válido que as pessoas façam análises críticas sobre suas ações. No caso de quem convive com a Síndrome do Impostor, porém, isso se torna completamente excessivo e as avaliações perdem contato com a realidade.
Comparação
Finalmente, chegamos ao principal sinal da Síndrome do Impostor: a comparação. Aqui, é quase regra que os indivíduos só consigam encontrar boas características nos outros e nunca em si próprios. Isso, sem dúvida, os coloca numa corrida sem fim em direção a um ideal de perfeição que não condiz com a realidade de ninguém.
Se você chegou até aqui, preste atenção:
Apesar dessas informações serem úteis para que você entenda melhor o que é a Síndrome do Impostor, vale ressaltar que somente um profissional qualificado é quem podem diagnosticar um problema dessa natureza.
Portanto, se você quer realmente saber se sofre com a Síndrome do Impostor ou se está sofrendo por conta de um dos sinais listados, eu te convido a fazer a Sessão de Clareza.
Nela você vai ter acesso a tudo o que precisa para identificar o que vem te impedindo de ter uma vida mais feliz, com merecimento e reconhecimento por suas conquistas e realizações.
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Eliana Garrocini
Coach por paixão e vocação