Provando os cheiros

  • Aromas em Palavras
  • Publicado em 8 de maio de 2019 às 16:22
  • Modificado em 8 de abril de 2021 às 14:11
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

​Vire e mexe a ciência descobre que tantas coisas que nossas avós tanto nos diziam fazer tão mal à saúde e com o aval dos estudiosos, hoje em dia se tornaram essenciais nas nossas vidas. Dá para imaginar que exercício físico já foi tido como vilão e inúmeros alimentos que consumimos diariamente também? E na escola, o aprendizado muda todos os anos, algumas matérias e a forma como se aprende também. E se eu te disser que os pesquisadores estão até mudando o conceito dos nossos 5 sentidos? Seria isso possível?

Pois foi agora em Abril que cientistas de uma faculdade na Filadélfia nos EUA, descobriram que a língua pode sentir cheiros. Já imaginou que maluquice? O órgão que representa o nosso paladar agora podendo sentir cheiros? Pois foi isso mesmo que descobriram, que receptores olfativos funcionais (aqueles sensores que detectam odores pelo nariz), também podem ser encontrados nas células gustativas da língua. Contrariando uma vida de estudos em que se comprovava que as interações entre olfato e paladar podem começar pela língua e não pelo cérebro.

O biólogo celular e pesquisador da universidade, Mehmet Hakan Ozdener, acredita que a pesquisa pode ajudar a explicar como as moléculas de odor ajudam na percepção dos sabores. E pode até mesmo levar ao desenvolvimento de produtos que modificam o sabor, baseados em odor, que seriam muito úteis no combate ao excesso de sal, açúcar e gordura que estão diretamente associados a doenças como diabetes e obesidade.

As células gustativas, aquelas responsáveis por sentir o gosto (doce, salgado, azedo e amargo) funcionam como guardinhas que calculam o que é bom ou ruim para que possamos ingerir. Já o olfato é responsável por das informações sobre o sabor da comida (se é banana, amendoim, chocolate, etc). Por isso que esses dois sistemas eram considerados totalmente independentes até agora, que só interagiam após respectivas informações alcançarem o cérebro. E esses cientistas usaram um determinado método criado por eles, que prova que as células gustativas, na verdade, respondem às moléculas de odor de uma maneira extremamente parecida com as células receptoras olfativas. Essas descobertas abrem muitas portas para podermos entender qual a interação exata entre os receptores olfativos e nosso sistema gustativo, e ainda podem ajudar a compreender como nós conseguimos detectar odores, pois ainda não se sabe quais moléculas que ativam a maioria dos 400 tipos diferentes de receptores olfativos que possuímos.

Agora falta eles descobrirem se esses receptores de cheiros encontrados na língua estão localizados em todas as células gustativas, ou somente em específicas, como as que detectam o doce ou salgado. Em outro teste saber especificamente como as moléculas de cheiro interferem nas respostas das nossas células gustativas, e por último, mas não menos importante: como realmente funciona a percepção humana dos sabores.

*Esta coluna é semanal e atualizada às quintas-feiras.


+ zero