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(O BOCA DO INFERNO)
Mundo, mundo, vasto mundo das incertezas. Roda mundo, roda pião. Universo do nosso corpo, da nossa mente. Universo de nós. A história não morre, o homem insiste em não mudar. Nada morre, tudo se transforma, como disse Lavoisier que assim seria e como sempre está sendo. Essa é a nossa única certeza, que não responde às nossas incertezas. Para as perguntas mais básicas, não temos respostas viáveis: De onde viemos? Para onde iremos? Deus existe? Existem seres em outros planetas? Há vida após a morte?
Comemos muito mais do que o necessário, se sobrar dinheiro no bolso. As sobras ficarão para quem comerá sem dinheiro. Tomamos porres para esquecer, mas nunca nos esquecemos de tomar porres para esquecer. Aprendemos a destruir em segundos o que levamos séculos para construir. Os EUA têm capacidade para destruir tudo centenas de vezes, mas não basta apenas uma única vez?
Amamos perdidamente, porém somos capazes de matar, se perdido o amor.
Roubamos felizes o que não podemos carregar. Choramos, quando pegos roubando. Muitas vezes desejamos a morte para aliviar nossas dores, contudo ganhamos dinheiro que não compra a cura para elas. Construímos carapaças, armaduras para nos defendermos nas guerras. Elas nos desconstroem, quando o inimigo covardemente se esconde dentro delas.
Rifamos vidas por ódio ou por amor ou por poder ou sem poder mesmo sabendo que sairemos mais vulneráveis. Vamos sofrer. Quem ama, não mata? Mata, mas morre também. Quem mata, ama? A si mesmo também.
Por que elegemos os sabidamente desonestos? Por ideologia? Por razão? Ou só por identificação? Por que sempre choram, se pegos com as calças arriadas, cheias de dinheiro nas mãos? Por que, mesmo assim, são eleitos no próximo pleito?
Por que nos escancaramos em posts na internet, expondo-nos, colocando a nu nossa intimidade, nossa desconstrução? Porém, quando diante da pessoa, ficamos mudos, tímidos? Falar sem ser visto, é mais fácil, vira vício.
O telefone feito para aproximar, é mais usado para distanciar. Gente vive carente de beijos, de abraços, de apertos de mão.
A única certeza é a de que não há certezas. E também não temos certeza do por que não caminhamos cheios de certezas. A velhice é uma certeza, a morte, não. A arte eterniza os homens. A arte traz os mundos na mente, na boca, nos olhos, nos dedos, nas palmas das mãos.