DILEMA DAS REDES SOCIAIS

  • Língua Portuguesa
  • Publicado em 3 de outubro de 2020 às 16:23
  • Modificado em 8 de abril de 2021 às 14:20
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O Departamento de Defesa Americano investiu na criação da ARPANET, protótipo da Internet, durante a Guerra Fria, nos anos 60, para armazenar dados e se defender de uma Guerra Nuclear. Vários computadores se comunicavam em uma única rede.

A internet, tal como conhecemos hoje, nasceu em 1990, quando o cientista Tim Berners-Lee inventou a World Wide Web (www). A web é apenas o meio mais comum de acessar dados on-line. A web ajudou a popularizar a Internet entre o público.

A internet mudou a face da humanidade. Esqueça as grandes mudanças feitas pelo rádio e a tevê na primeira metade do século XX A geração chamada de Millennials a do novo milênio é a que convive com a grande explosão da tecnologia, a estimula, mas é dela também a maior refém. O Google se tornou o nosso HD externo; a Wikipédia, abiblioteca virtual. A Amazon é a livraria sem livros físicos também. Os streamings são as maiores locadoras de filmes do mundo, sem possuírem um único filme físico. O uber é a maior locadora de automóveis do mundo, sem possuir um único carro. Fala-se hoje em uberização da vida.

A tecnologia sofisticou-se tanto que um algoritmo passou a ser mais você do que você mesmo. Foram criados os buscadores digitais que traça o seu perfil de consumo detalhadamente, armazenam todos os dados sobre todos os seres humanos, para incentivar consumo, interferir as escolhas, as ideologias, a “aquisição” do conhecimento. Foram criadas, pessoas que ganharam o apelido sofisticado de influenciadores digitais, que acreditam piamente que influenciam alguém, quando, na verdade, não passam de meros instrumentos, eles próprios influenciados para influenciar. E lógico ganharem fama e dinheiro. Até entrarem em depressão, porque foi necessário criar a “cultura do cancelamento” para dar chance ao aparecimento de outros “iludidos”.

O Google Maps e o GPS conhecem os seus destinos. Sabem aonde foi ou onde está ou gosta de ir. Espere sempre uma oferta deles. Você envelhece; o algoritmo não. Você o alimenta todas horas do dia. Você não lembra o que pediu no Ifood na semana passada; ele sabe. E ainda sugere a comida para o almoço ou para a janta baseado no seu perfil. Em todos os lugares, você preenche dados que abastecessem o sistema. Se comprou a Alexa e congêneres, deu ao sistema até o número de vezes em que assalta a geladeira. Tudo isso é planejado para você ficar refém da internet. Você ainda não sabe, mas o Watsapp sabe que é prisioneiro dele. Já houve revolução, ameaças de morte, depois que um juiz o tirou do ar durante um dia.

Já imaginou um mundo sem internet. A internet não permite que imagine, ela faz tudo, a todo mundo. Vamos fazer um quis: faz “contas de cabeça”? Lembra o telefone dos amigos? as datas de aniversário deles? O Facebook lembra. Você precisa sair de casa para saber sobre preços e qualidades dos produtos? Afora isso, ouvir música e filmes ficou fácil o Spotify a Netflix “sugerem” a você. Você gosta de fotos, de bancar o idiota, o Instagram todos os dias “sugere”.

O documentário “O Dilema das redes sociais” da Netflix realmente coloca a humanidade diante de um impasse: não podemos ficar com… e não podemos ficar sem… Ninguém se imagina viver em um mundo desconectado um dia sequer. Reunidos ex-funcionários e executivos de corporações como o Google, Facebook e Twitter discorrem sobre a grande distopia do século XXI: “O que a internet pode fazer com o mudo”. Destruí-lo, tal como o conhecemos, é a conclusão óbvia. Quem pensará? Quem não será adestrado?

Esses executivos são contundentes, ao falarem sobre a destruição do humano em nós. Nos bastidores das grandes corporações está consolidada a ideia: Nós somos os grandes governantes por trás dos governos; a mente por traz das mentes; a atitude por trás das atitudes. Sorria! Você nunca estará sozinho. O Facebook, O Instagram, o Google estarão com você dentro da maior arama do século, o smartfone. Criamos a internet e agora ela está nos criando.

Pense em o Exterminador do futuro e em 1984 de George Orwell assim entenderá. Em O   Exterminador do futuro, um grande cérebro, que construímos, se revoltou e passou a construir máquinas para nos destruir. Ele toma as rédeas do poder e destrói o próprio criador. Em 1984, de George Orwell, nos coloca de cara com o Big Brother, o olho que tudo vê e tudo controla. Você não tem como esconder sequer seus pensamentos, suas ideologias. Sempre as coloca em algum lugar, aí vem um buscador, e bisbilhota. Conhecimento é poder.

As grandes corporações lucram com a polarização entre a esquerda e a direita, por exemplo, e até a incentivam, para lucrar com um mundo em crise, em que a internet derrubou todas as fronteiras físicas e líquidas. Acreditamos que ela é necessária e uma grande diversão. Não nos enganemos, especialistas em estudar a mente humana, muito bem pagos, habitam cada uma dessas corporações. Inventam sistemas para nos incentivar a consumir o supérfluo, como se fosse absolutamente necessário e assim não pensarmos no que realmente interessa. Quer saber quem é Deus e onde está? Procure no Google. E a ética? O que é isso mesmo? trouxa.


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