compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Vou tentar resumir alguns relatos de acontecimentos durante a quarentena do COVID-19 e a música, o estudo de um instrumento e as reações das pessoas.
Primeiramente houve um desespero geral dos músicos. E agora? Tiraram meu palco! Realmente foi apavorante para quem contava com aquele dinheiro do couver artístico ou da apresentação no barzinho uma vez ou duas na semana para quitar suas contas. Nesse desespero alguns agiram mais rápido, outros tentaram digerir o que estava acontecendo para poder agir, outros saíram desesperados querendo mostrar sua música, outros silenciaram e aguardaram o recado do momento para isso, outros saíram oferecendo aulas de instrumentos os mais variados, de performances, de ‘ milagres’ na música… Foi uma corrida insana para ganhar R$29,90 por mês para formar uma turma online e ganhar um dinheiro.
As pessoas se preocupam com o vendedor de picolé, mas certa vez um vendedor de picolé disse que conseguia tirar mais de um salário mínimo por mês e ainda fazia caminhada exercitando e passeava pela cidade e conhecia muitas pessoas e o ritmo da cidade, onde tinham crianças que ele buzinaria mais, onde tinham os fregueses certos que ele passaria e buzinaria até ouvirem, enfim… É um vendedor ambulante. E tendo que parar de vender, não ganharia seu salário mínimo mensal ou menos ou mais.
E o músico?
Não poderia sair tocando nas ruas porque é preciso alvará para fazer isso.
Não poderia cobrar para as pessoas ouvirem sua performance online.
Como ele faria? Então, viu-se uma chuva, eu diria tempestade de aulas online prometendo o céu para as pessoas aprenderem a tocar um instrumento. Inicialmente fiquei penalizada ao ver o desespero, depois achei bacana porque descobriram o valor do professor e muitas pessoas poderiam aprender um instrumento online das formas mais variadas possíveis. Mas depois veio a preocupação: o barato sai caro. Alguns sem formação, improvisando aulas, oferecendo preço baixíssimo, mas também qualidade baixíssima, didática nenhuma. Mas o povo sabe disso? Como saber se o que está oferecendo tem qualidade ou não?Isso NÃO TE CONTARAM.
Vi num post um comentário sobre o assunto, dizendo que isso vai ter uma repercussão muito negativa nas pessoas daqui 3 meses porque estarão detonadas, sem conhecimento, perceberão que foram enganadas e não saberão quase nada. Outra pessoa ainda disse: – o pior é pensarem que estão sabendo alguma coisa e começarem a ensinar outras da mesma forma. E ainda: – ah deixem eles estragarem bem as pessoas que foram atrás de preço, depois eles vem procurar a gente e consertamos os estragos, mas pra isso o preço justo.
Olha, o quanto é sério o desespero pelo dinheiro! De repente não existe ética, não existe compromisso educacional, nem moral. Existe o salve-se quem puder.
Ótimos músicos também foram para internet dar aulas. Verdadeiros ícones da música clássica dando aulas online porque seus concertos foram cancelados. Poxa… se eles terão paciência com pessoas que não estudam eu não sei, mas que é uma honra estudar com estes ícones, isso é.
Por falar em quem não estuda, o COVID escancarou o comportamento do brasileiro e talvez até de outros países também. A preguiça. Pelo amor de Deus, como o brasileiro inventa desculpas porque‘ não deu tempo ‘ de estudar. O que não falta agora é tempo. Mas o brasileiro tem sempre uma desculpa esfarrapada em geral, mentirinhas que não colam sobre porquê não deu tempo de estudar. Mas existem os que agarraram a oportunidade chamada TEMPO e lascaram de estudar, cada vídeo maravilhoso postado na internet de alunos iniciantes, intermediários e avançados tocando, lendo, começando uma música, tocando partes, dividindo com todos os seus momentos de estudo. Isso dá uma esperança no futuro sem tamanho!
Vi os pianos em vários locais numa casa, mas no geral estava no quarto, bem num cantinho, geralmente com uma pilha de livros ou métodos do lado e seu canto de estudos reservado como se fosse a escrivaninha. Parabéns brasileiros! Gostei de ver, como se fosse ao Japão onde o pessoal não tem espaço e encaixam um piano no quarto e fazem ali um local de estudos super aconchegante!
E nisso, passeando pela internet, vendo a CHAMADA DO COVID para aproveitar o tempo para ler, para estudar, para se enriquecerem em cultura, conhecimentos, desenvolvimento pessoal, ainda vemos pessoas exibindobebidas caras, ou mesmo baratas, mas se exibindo das mais variadas formas. Ei… O chaqualhão do COVID não funcionou? Superficialidades já eram. Estamos no momento do que é ESSENCIAL! Se para uns é essencial exibir uma bebida, para outros falta o remédio, muitas vezes a água. Outro dia, um amigo de Fortaleza, músico, estava com receio de sair à rua pela situação caótica que estão vivendo lá, mas tinha que pagar a conta de água, porque não perdoam e cortam. Ainda bem que aqui no Estado de SP isso não está ocorrendo pelo menos nos 3 meses de quarentena.
Quem está indo à internet para VENDER sua imagem, ou VENDER produtos, está sendo deselegante, abusivo, inconveniente, num momento em que milhares de pessoas perderam seus empregos. Uma foto exposta também na internet de uma moça na calçada fazendo bijuterias e artesanatos e com uma placa: TROCO ARTESANATO POR COMIDA, ao lado do supermercado.
Onde estão as pessoas que ainda não acordaram para a solidariedade? Ou pelo menos pelo respeito á dor alheia? Ainda bem que o COVID chegou e deu um basta no exibicionismo de corpos, de vaidades diversas, de superficialidades sem fim, porque a humanidade perdeu o sentido de EVOLUIR. Era somente o agora pelo agora, o botox, os adereços e mais adereços, as futilidades e mais futilidades. A morte bateu à porta de todos.
Alguns ainda não acordaram. Continua em suas redomas exibindo o luxo, o conforto, a felicidade aparente. E pergunto: para quem? Por que ofendem os infelizes? O mundo mudou.
Voltando à MÚSICA E O COVID… As músicas das sacadas nos prédios, os músicos solitários tocando em suas varandas para os vizinhos, a banda militar de Curitiba que saiu às ruas com distanciamento de 2 metros entre os músicos e tocando para a população curitibana, foi lindo de ver, uns 8 policiais desfilando na rua com seus metais e tocando suavemente para o povo da cidade!
Observem que a música acalenta, acolhe, acaricia cura, ameniza dores, distrai do caos e se bem escolhida, emana as frequências divinas para todos. Harmoniza ambiente!
Tem lugares no Oriente onde uma vez ao ano todos vão às ruas cantar músicas previamente selecionadas para purificarem o ar! Acreditam?
Você já descobriu o que a música na época do COVID pode fazer por você?
https://www.facebook.com/watch/?v=3387035587996970