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O tal “novo normal” traz consigo um estigma. Após toda grande tragédia, dizem: O mundo nunca mais será o mesmo. Lógico. Podemos discutir se, como sempre, o tal “novo normal” não virará pato: “não vota, não voa, não nada”.Depois do susto, “velho anormal”.
A escola pós-pandemia mudará? Sim. Um aluno sentará longe do outro e será mais difícil colar na prova. De resto, se continuar com as famigeradas provas, haverá mais aulas on-line, gamificação, plataformas. O vácuo Brasil: O aluno não estuda para saber e sim para tirar boas notas e passar no vestibular. Onde estão educação financeira, educação sexual, empreendedorismo, política, ecologia? Não falo de alunos trancafiados, a escola precisa derrubar paredes. Cada um de nós, crianças ou adultos, é microempresário, em pleno capitalismo, sem noção da diferença entre gasto e investimento. Nossa burrice estrutural.
Minha escola é assim. Parabéns. Ela busca talentos ou desenvolve potenciais? Parabéns. Se não mudar assim, o Brasil continuará reduzido à pequenez e à mediocridade. Tecnologia sem pedagogia é nada misturado a coisa alguma. O professor manda o aluno ler um livro para responder questões na prova, depois reclama que jovem não lê nada, não entende enunciados. Já vi provas em que o problema estava no enunciado. Nossas contradições: o professor faz resumos. Diz a sabedoria popular: “Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo.”
Comete-se hoje outro crime de lesa-inteligência: oferecer um modelo pronto de redação para empurrar o aluno imediatista goela adentro da faculdade. E depois? O pavio aceso lá embaixo explode no nefasto vestibular. Redação, bicho papão. ENEM, incentivo ao modelão. ENEM enganação. Quem pode pagar, quer modelo personalizado. Lojas vendem esse tipo de coisa aos montes, é só procurar no Instagram. Passou? É o que interessa. Faculdade? Qualquer uma. E depois? Depois vem a diferença entre Deus e o mercado: Deus perdoa. O velho normal.
Luiz Cláudio Jubilato
Coordenador geral do curso Criar Redação
Consultor educacional