Colheita de café na região de Franca pode empregar mais de 30 mil operários

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de abril de 2020 às 11:59
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:36
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Previsão da safra de 2020 é ultrapassar 3 milhões de sacas, por se tratar de um ano de bienalidade alta

Os sindicatos Rurais de Franca, Pedregulho, Ribeirão Corrente, Jeriquara, Cristais Paulista, bem como dos municípios mineiros de Claraval, Ibiraci e Capetinga apostam numa boa safra de café para este ano. 

Com isso, a contratação de trabalhadores poderá ser em torno de 30 mil operários nas lavouras desses municípios.

Considerada uma das melhores produtoras de café do país, a Alta Mogiana, que envolve os 11 municípios produtores de café na região, deve gerar muitas contratações entre maio a agosto (4 meses de colheita). 

Essa também é a previsão da Cocapec – Cooperativa de Produtores de café de Franca e região.

Embora haja a concorrência das máquinas na “operação colheita”, sabe-se que a mão de obra dos trabalhadores rurais é indispensável. Termina em fins de agosto e prolonga-se a partir de setembro, quando virá a florada e a desbrota dos cafezais.

Segundo a Cocapec, nas regiões atendidas pela cooperativa, por se tratar de um ano de bienalidade alta, a expectativa é que a região produza cerca de 3 milhões e 200 mil sacas de cafés de 60 quilos cada. 

Segundo a assessoria da Cocapec, esse número é estipulado com base nas médias de produção na região e correspondem a área de atuação da cooperativa.

Segundo Adilson Machado Júnior – Coordenador de operações de café da Cocapec, em 2019, nos primeiros meses após o plantio o clima não favoreceu 100% o desenvolvimento da safra, gerando um pouco de preocupação naquele período. 

“No início de setembro tivemos algumas chuvas, o que desenvolveu algumas floradas que não tiveram pegamento e depois em outubro, teve muitas chuvas irregulares”, explica. 

Na Alta Mogiana, a quebra de produtividade deverá ficar entre 5 e 7% abaixo do que era esperado na região. “Em volume, tudo indica que será uma safra maior que em 2018”.

Adilson destaca que, com exceção das chuvas de setembro, nos outros meses de desenvolvimento o clima foi favorável para a produção na região.

“A questão foi extremamente favorável para o café neste ano. A gente vinha de uma safra baixa, onde as lavouras estavam em recuperação e não fizemos nada que prejudicasse os trabalhos”.

“Estamos esperando uma safra bem uniforme, com bons grãos e de qualidade”, afirma.

Durante o ano de 2019, o produtor de café enfrentou preços abaixo do que esperado pelo setor. 

Segundo Adilson, na região da Alta Mogiana, para grande parte dos produtores os valores não geraram impactos negativos, tendo em vista que muitos compraram os fertilizantes de maneira antecipada. 

“Mesmo com os preços baixos, principalmente no começo de 2019, isso não foi algo de interferência na rentabilidade do produtor, seja na compra de defensivos ou fertilizantes, que ficaram dentro de uma base histórica da relação reais x sacas”, destaca o coordenador.

COVID 19 

Apesar da aversão ao risco por conta do coronavírus, o mercado do café ainda não foi diretamente afetado pela pandemia.

A exceção foram os dias em que todo o setor global financeiro registraram baixas, o mercado futuro do café manteve os bons preços na Bolsa de Nova York, ficando com valores acima do que o mercado encontrou ao longo de todo o ano de 2019.

Como consequência da Covid-19, incertezas com o embarque nos próximos meses e sobretudo a falta de café do mercado neste momento de entressafra sustentam os preços em Nova York. 

Prova da falta de café no mercado, atualmente a Cocapec conta com apenas 10% do seu estoque total, aguardando a entrada da nova safra.

“A incerteza não afetou o mercado de modo geral, a gente não vê aquela agressividade de fazer negócio, seja no mercado internou ou externo, igual a gente viu nas altas de outubro e novembro”, destaca.

O início da colheita na região está prevista para entre maio e junho. A mão de obra, na Alta Mogiana, de acordo com Adilson, é em sua maior parte feita de maneira mecanizada.

Por isso mesmo, não deve trazer grandes problemas para a região, sem registrar atrasos nos trabalhos. 

Para que os cafeicultores possam trabalhar com segurança, a Cocapec já vem orientando produtores quantos às normas de higienização e medidas de segurança.


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