Cochilos frequentes podem estar associados à pressão alta, sugere estudo

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 6 de agosto de 2022 às 20:00
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Pessoas que costumam cochilar tiveram uma probabilidade 12% maior de desenvolver pressão alta e 24% maior de ter um AVC

Cochilos frequentes podem significar mais do que apenas sono

Apesar de parecerem inofensivos, e na maioria das vezes serem mesmo, cochilos frequentes podem significar mais do que apenas sono.

Uma nova pesquisa chinesa concluiu que cochilar com frequência pode ser um potencial fator de risco causal para pressão alta e/ou acidente vascular cerebral.

Publicado no dia 25 de julho no periódico Hypertension, o estudo é o primeiro a utilizar tanto a análise observacional dos participantes durante um longo período de tempo quanto a randomização mendeliana, um método que utiliza variação genética para examinar o efeito causal de uma exposição a doenças.

Os pesquisadores analisaram o conteúdo do banco de dados UK Biobank, que possui informações anônimas sobre genética, estilo de vida e saúde de meio milhão de habitantes do Reino Unido.

Exclusões

Foram excluídos registros de pessoas que já tiveram um derrame ou tiveram pressão alta antes do início da pesquisa, sobrando 360 mil participantes para analisar.

Ao longo de 11 anos, essas pessoas foram acompanhadas em consultas médicas e divididas em grupos com base na frequência de cochilos que relataram: “nunca/raramente”, “às vezes” ou “geralmente”.

A primeira descoberta é que a maioria dos cochiladores habituais era de homens com níveis de escolaridade e renda mais baixos que fumam cigarros, bebem diariamente, e têm insônia.

Quando comparadas às pessoas que relataram nunca tirar uma soneca, as que costumam cochilar tiveram uma probabilidade 12% maior de desenvolver pressão alta e 24% maior de ter um acidente vascular cerebral.

Risco maior

Observou-se ainda que os participantes com menos de 60 anos que geralmente cochilavam tinham um risco 20% maior de desenvolver pressão alta em comparação com pessoas da mesma idade que nunca cochilavam.

Já o resultado da randomização mendeliana mostrou que, se a frequência de cochilos aumentasse em uma categoria (de nunca a algumas vezes, por exemplo), o risco de pressão alta aumentava 40%.

A maior frequência de cochilos, portanto, foi relacionada à propensão genética para o risco de hipertensão arterial.

“Isso pode acontecer porque, embora tirar uma soneca em si não seja prejudicial, muitas pessoas que tiram sonecas podem fazê-lo por causa do sono ruim à noite”, disse o especialista em sono e professor da Universidade do Arizona, Michael A. Grandner, em comunicado.

Mecanismo

“Este estudo ecoa outras descobertas que geralmente mostram que tirar mais sonecas parece refletir o aumento do risco de problemas com a saúde do coração e outros problemas.”

Ainda não se sabe qual é o mecanismo biológico para o efeito do cochilo diurno na regulação da pressão arterial ou acidente vascular cerebral.

O próximo passo do estudo é realizar um exame mais aprofundado das associações entre um padrão de sono saudável, incluindo cochilos diurnos e saúde do coração.

(Com informações da Revista Galileu)


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