Clima quente faz preços do tomate, legumes e verduras despencarem em até 16%

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  • Publicado em 11 de outubro de 2019 às 19:23
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:54
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Apesar da queda, setor hortifrutigranjeiro tem aumento no acumulado do ano, segundo pesquisa

O clima seco e o aumento de temperatura são fatores que fazem, desde junho, o preço no atacado de produtos hortifrutigranjeiros sofrer quedas expressivas no setor varejista alimentar. Em setembro, as frutas caíram 3,30%, os legumes, 16%, e as verduras, 8,3%.  

O destaque do mês foi o tomate. O aumento da temperatura melhorou a maturação do produto, além dos registros de pragas terem sido menores para o período. No acumulado de 2019, o tomate tem deflação de -39%.

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, teve, em setembro, uma deflação de 0,77%. No acumulado do ano, o índice está em 2,24% e nos últimos dozes meses, em 2,98%, números muito próximos da projeção da APAS para 2019: inflação teto de 4% e piso de 3% no acumulado de 2019. 

O bom momento do campo pode ser representado na entrada das variedades de laranja tardias, como a Valência, por exemplo. O preço deste ano é de R$ 18 a caixa, em 2018, a mesma era R$ 29.

As verduras também obtiveram redução de preços lideradas pelo pé de alface, com redução de mais de 10% no mês e também no acumulado, ficando agora mais barato para o consumidor que no final do ano passado, em 0,89%. O clima seco em São Paulo tornou a oferta alta no estado. Mogi das Cruzes e Ibiúna, líderes em produção, também reportam ótimas condições climáticas, o que fez o produto se desenvolver em alta produtividade.

Em setembro, os preços nos supermercados para o consumidor estão melhores para a carne bovina, que caiu 1,46%, a suína, 2,59%, e as aves, 3,36%. “A queda vem após recordes de exportação das proteínas por conta da alta do dólar e, ajudada pela crise da peste suína na China, as exportações caíram em agosto e setembro com uma desaceleração da economia mundial. Apesar da queda, serão necessários números ainda maiores para que os preços de lombo, peru e chester sejam mais atrativos para as festas de fim de ano, o que não parece ser o cenário”, destaca Thiago Berka, economista da APAS.

ÍNDICE DE PREÇOS DOS SUPERMERCADOS (IPS/APAS)

Fonte: APAS/FIPE

Fonte: APAS/FIPE

TOP 10 PRODUTOS – MAIORES VARIAÇÕES NEGATIVAS E POSITIVAS

Fonte: APAS/FIPE

 

Nota Metodológica

O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.

Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.500 associados, que somam aproximadamente 4.000 lojas.


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