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Lombalgia é aquele desconforto na parte inferior das costas. Estima-se que 80% das pessoas no mundo sofram com isso.
Quando a dor lombar vem, muita gente costuma apelar para as cintas – foto Mercur
Dor na lombar (ou lombalgia) é aquele desconforto na parte inferior das costas. Estima-se que 80% das pessoas no mundo sofram com isso.
Na maioria das vezes, fazer uma caminhada de intensidade leve ou moderada, para além de praticar exercícios físicos regularmente, pode melhorar a qualidade de vida do paciente.
É o que sugere um recente estudo australiano publicado na “Lancet”, importante revista de divulgação científica.
O médico Ricardo Meirelles, ortopedista chefe da cirurgia de coluna do Into, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, que fica no Rio de Janeiro, concorda com o resultado apresentado pelo trabalho.
“Esse estudo mostrou que as pessoas que mantinham uma regularidade de caminhadas de três a cinco vezes por semana numa faixa aí de 30 minutos diários tiveram uma segunda crise de dor lombar mais adiante, mais espaçada uma da outra. E, quando essa crise vinha, era numa intensidade menor.”
“Então, mostrou que um exercício simples, barato e de fácil acesso a todos, incluindo pessoas que moram no meio rural, que moram isoladas, que antes não teriam acesso a uma academia ou um pilates especializado, elas podem se beneficiar cima de uma caminhada com regularidade.”
Sobre a intensidade, Meirelles ressalta que isso é pessoal. O ideal é que sempre as pessoas busquem uma maior intensidade sempre, mas que isso pode ser melhorado com o tempo e com a prática.
Uso de cintas
Quando a dor vem, muita gente, mesmo sem indicação, tende a usar cintas, algo que Meirelles desaconselha a ser feito com regularidade, já que pode causar uma certa dependência.
O ideal, mesmo, é fortalecer o músculo e usar a cinta vez ou outra, mas sempre com acompanhamento.
“Eu desestimulo muito meus pacientes a usar qualquer tipo de mobilização no tronco, porque toda vez que a gente substitui a função de um músculo, você leva esse músculo a uma hipotrofia e um enfraquecimento.”
“Então, quem usa cinta com regularidade vai ter muita dificuldade de ficar sem ela. Essa pessoa está fazendo justamente o oposto do que a gente recomenda, que é o fortalecimento da musculatura.”
Mas Meirelles ressalta que, em alguns casos, como proteção, a cinta pode ser indicada. Em casos de trabalhadores que precisam de proteção e quando o paciente está com dor crônica, a cinta oferece uma analgesia.
“Usar uma cinta para proteger a lombar, por exemplo, se você é um trabalhador braçal e precisa erguer um peso, tudo bem, porque você está protegendo numa situação específica.”
“Se você está numa crise de dor lombar aguda, por exemplo, uma uma crise muito forte de dor, aí, sim, você pode usar uma cinta para te dar um pouco de analgesia, que é a melhora da dor, mas fazer uso crônico indiscriminado da cinta não é legal.”
Grávidas podem?
Principalmente no final da gestação, é comum que grávidas tenham dores na lombar com frequência.
Meirelles explica que elas entram em uma situação específica, em que a cinta para segurar a barriga pode ser usada, se o médico que acompanha a mulher der o aval, claro.
“Por conta do tamanho da barriga, essa barriga pesada e volumosa, ela acaba levando o tronco um pouquinho para frente. Isso nos desvia gravitacionalmente para frente. Com isso, a musculatura precisa fazer mais força para manter a cabeça centrada e é daí vem a dor nas grávidas.”
“Não tem problema nenhum o uso de uma cinta elástica ou qualquer dispositivo que ajude essa mulher a manter o centro de equilíbrio.”
De todo modo, para todo tipo de caso, vale ressaltar: consulte sempre um médico especialista, investigue as causas da dor na lombar e siga o tratamento recomendado por quem entende do assunto.
*Informações G1