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Pesquisadores da Inglaterra descobriram como fazer as células da pele “voltarem 30 anos no tempo”. Conheça nova técnica anti-idade
Pesquisadores do Instituto Babraham, na Inglaterra, desenvolveram um método anti-idade que promete rejuvenescer as células da pele humana em 30 anos. A técnica se mostrou eficiente em retroceder o relógio do envelhecimento sem danificar a função das células.
A pesquisa saiu recentemente na revista eLife e, embora esteja em um estágio inicial de exploração, pode revolucionar a medicina regenerativa.
“Com esse método, os pesquisadores puderam atrasar o relógio biológico das células da pele, criando células-tronco a partir de células maduras. Elas, por sua vez, podem tratar doenças da pele no futuro”, explica o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O médico explica que, à medida que envelhecemos, a capacidade de funcionamento de nossas células diminui e o genoma acumula marcas de envelhecimento. A notícia foi publicada pelo portal Terra.
As pesquisas em Biologia Regenerativa visam reparar ou substituir células, incluindo as antigas. Uma das ferramentas mais importantes para isso regenerativa é a capacidade de criar células-tronco ‘induzidas’.
Nova técnica anti-idade
O processo é resultado de várias etapas, cada uma apagando algumas das marcas que tornam as células especializadas.
“O novo método supera o problema de apagar completamente a identidade celular ao interromper a reprogramação em parte do processo. Isso permitiu que os pesquisadores encontrassem o equilíbrio preciso entre a reprogramação das células, tornando-as biologicamente mais jovens, enquanto ainda eram capazes de recuperar sua função celular especializada”, explica o especialista.
Para mostrar que as células foram rejuvenescidas, os pesquisadores procuraram mudanças nas características do envelhecimento.
Segundo o estudo, a compreensão do envelhecimento em nível molecular progrediu na última década, dando origem a técnicas que permitem aos pesquisadores medir mudanças biológicas relacionadas à idade nas células humanas.
“Os cientistas conseguiram aplicar isso ao experimento para determinar a extensão da reprogramação alcançada pelo novo método”, afirma o dermatologista.
Os pesquisadores analisaram várias medidas de idade celular.
a) – O primeiro é o relógio epigenético, onde as marcas químicas presentes em todo o genoma indicam a idade.
b) – O segundo é o transcriptoma, todas as leituras de genes produzidas pela célula.
“Por essas duas medidas, as células reprogramadas corresponderam ao perfil de células 30 anos mais jovens em comparação com conjuntos de dados de referência”, explica Daniel.
Impacto no envelhecimento
Segundo o dermatologista, as aplicações potenciais desta técnica dependem das células não apenas parecerem mais jovens, mas também funcionarem como células jovens.
“Os fibroblastos produzem colágeno, uma molécula encontrada nos ossos, tendões e ligamentos da pele, ajudando a fornecer estrutura aos tecidos e curar feridas. Os fibroblastos rejuvenescidos produziram mais proteínas de colágeno em relação às células controle que não passaram pelo processo de reprogramação”, aponta.