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Com o aplicativo local, o que poderia ser um problema de mobilidade se transformou em uma oportunidade de negócio
A Prefeitura de Araraquara, com 256 mil habitantes, adotou no começou do ano um aplicativo de transporte próprio, o Bibi Mob, e deu apoio com orientação para formação de cooperativa e divulgação. Há 200 motoristas e mais de 7.000 usuários cadastrados.
O que mais chama a atenção é o repasse do valor da corrida ao motorista: 95% do que o usuário paga fica com o condutor, diferentemente de outros aplicativos, como Uber e 99, que chegam a repassar cerca de 60%.
Como o Bibi Mob foi criado?
Camila Capacle, coordenadora de Trabalho e Economia Criativa e Solidária de Araraquara diz que a Prefeitura tem um programa de incentivo ao cooperativismo, chamado Coopera Araraquara, e que a oportunidade de ajudar os motoristas de aplicativos surgiu após uma série de observações e algumas dificuldades.
“Assim como em todas as regiões, sabíamos dos diversos problemas que têm afetado os motoristas de aplicativos, como o preço dos combustíveis e a baixa remuneração. Aproveitando o mote do Coopera Araraquara, decidimos chamar esses motoristas para que eles montassem uma cooperativa”, disse.
Segundo o portal UOL Economia, o desenvolvimento começou em novembro de 2020. Foram meses de capacitações, cursos e conversas, até que surgiu a Cooperativa de Transporte de Araraquara (Coomappa), que escolheu a franquia Bibi Mob.
Dificuldades dos motoristas
A presidente da cooperativa, Kátia Anello, que é motorista de aplicativo há quase quatro anos, diz que já recebeu apenas 49% do valor de uma corrida em app comercial.
“Estávamos encurralados. O aumento do combustível, os custos de manutenção e até a lavagem dos carros subiram de preço. Porém, o valor do quilômetro rodado pago pelos aplicativos sempre se manteve o mesmo”, declara. Com o Bibi Mob, Kátia diz que a situação melhorou.
“Agora é possível cumprir as metas. Seja de quilometragem, ou de valor, em um tempo menor do que com os outros aplicativos. Outra questão: o índice de cancelamento de corrida é quase zero, e agora só acontece quando é realmente necessário suspender a viagem”, afirma.
A diferença nos ganhos
A cooperativa fez uma comparação dos ganhos dos motoristas pelas plataformas que existem em Araraquara.
Uma viagem de 4 quilômetros que custa R$ 10 para o passageiro.
No Uber, de 30% a 40% ficam com o aplicativo (de R$ 3 a R$ 4). Para o motorista, R$ 6 a R$ 7.
Na 99, cerca de 30% do valor da corrida fica com o aplicativo (R$ 3). O motorista recebe R$ 7.
No Bibi Mob, 5% ficam com a cooperativa (R$ 0,50). O motorista ganha R$ 9,50.
O aplicativo de Araraquara não tem tarifa dinâmica. Ou seja, não é cobrado valor adicional caso poucos motoristas estejam disponíveis ou a demanda esteja maior que a normal.