“Chip mágico” é usado para emagrecer e definir o corpo. Mas há um risco real em usar

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 30 de setembro de 2024 às 13:00
  • Modificado em 30 de setembro de 2024 às 13:16
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O uso do “chip mágico” não é autorizado pela Anvisa e Conselho Federal de Medicina devido à ausência de estudos

O “chip magico” é um implante hormonal utilizado com o objetivo de favorecer a perda de gordura e ganho de massa muscular, já que é constituído principalmente pelo hormônio gestrinona, que desempenha essas funções no organismo.

No entanto, segundo matéria do portal Tua Saúde, esse dispositivo foi desenvolvido para atuar no tratamento da endometriose, uma vez que é capaz de aliviar os sintomas e promover a interrupção do ciclo menstrual.

Assim, o uso desse implante hormonal não deve ser apenas para fins estéticos, sendo importante considerar os outros efeitos no organismo, devendo ser recomendado pelo ginecologista ou endocrinologista de acordo com o estado geral de saúde da mulher e objetivo do uso do implante.

O uso do chip não é autorizado pela Anvisa e pelo Conselho Federal de Medicina devido à ausência de estudos científicos que indiquem a sua eficácia, assim como não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Como funciona?

O implante hormonal é feito de silicone, mede cerca de 3 cm e deve ser é inserido por baixo da pele do abdômen ou do glúteo, por exemplo, após uma anestesia local.

O chip possui uma combinação de hormônios que é liberado todos nos dias na corrente sanguínea na mesma quantidade, o que pode ajudar a potencializar a perda de gordura, eliminação da celulite e ganho de massa muscular, desde que seja realizada uma alimentação saudável e equilibrada e seja praticada atividade física.

Devido à composição hormonal, esse dispositivo também ajuda a aliviar os sintomas da TPM, possui efeito contraceptivo, interrompe a menstruação, promove o aumento da libido e regula os níveis hormonais na pós menopausa, aliviando os sintomas desse período, além de também ser indicado no tratamento da endometriose.

É importante que o ginecologista ou endocrinologista sejam consultados para que seja feita uma avaliação da saúde geral da mulher com o objetivo de verificar se há indicação para o uso desse implante, isso porque apesar de ser conhecido popularmente como “chip da beleza”, esse implante tem como principal indicação a endometriose.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais do “chip da beleza” são mais frequentes de acontecer nos casos em que a mulher não possui indicação para o seu uso, o que faz com que exista um desbalanço nos níveis hormonais. Os principais efeitos colaterais relacionados com o uso sem indicação desse implante são:

• Aumento de pelos no corpo e rosto;

• Queda de cabelo;

• Aumento da acne, devido à maior oleosidade da pele;

• Aumento dos níveis de colesterol;

• Sangramento fora do período menstrual;

• Inchaço;

• Aumento do clitóris;

• Alteração da voz;

• Alteração na fertilidade.

• Alterações cardíacas e hepáticas, em alguns casos.

Outros efeitos

Além disso, usar o chip apenas para fins estéticos sem levar em consideração o seu efeito contraceptivo pode causar resistência à insulina, tendência para engordar e dificuldade para emagrecer, especialmente depois de 1 ano de uso desse tipo de implante.

Quando não é indicado

Como se trata de um implante hormonal, o uso desse dispositivo não é indicado para pessoas que possuem doenças cardíacas, diabetes, colesterol alto, obesidade e alterações nos rins ou fígado, isso porque os hormônios liberados na corrente sanguínea podem trazer mais complicações para a saúde, uma vez que vai haver mais hormônio do que o necessário na circulação. Além disso, o uso do chip não é indicado para mulheres que estejam grávidas ou lactantes.


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