Chás diuréticos podem causar desidratação? Entenda quais são os riscos

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 20 de março de 2025 às 12:30
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Consumo excessivo de chás diuréticos pode causar perda de líquido e trazer riscos à saúde, especialmente em períodos de calor intenso

Com o calor, chás diuréticos podem aumentar o risco de desidratação – foto Arquivo

 

Os chás diuréticos são amplamente consumidos por quem busca reduzir a retenção de líquidos, já que eles são conhecidos por estimular a eliminação de líquidos pelo organismo.

No entanto, seu uso excessivo pode aumentar o risco de desidratação, especialmente em períodos de calor intenso.

A nutricionista Carolin Calloni, docente do curso de Nutrição da FSG – Centro Universitário, esclarece os principais cuidados que devem ser adotados para um consumo seguro.

Segundo a especialista, a desidratação nem sempre apresenta sinais evidentes, o que torna essencial a atenção a sintomas sutis, como sede aumentada, boca seca, urina escura e concentrada, redução na frequência urinária, cansaço, tontura e dor de cabeça.

“Em dias quentes, o corpo já perde líquidos naturalmente através da transpiração. Quando associamos isso ao consumo excessivo de chás diuréticos, a perda de água corporal pode ser ainda maior, elevando os riscos à saúde”, explica.

Entre os chás mais populares com efeito diurético estão o chá de cavalinha, hibisco, chá preto, chá verde, dente-de-leão e salsinha. Embora apresentem benefícios, o consumo exagerado pode levar a complicações em doenças pré-existentes e até interagir com medicamentos.

“O ideal é limitar o consumo a 2 ou 3 xícaras por dia e sempre buscar orientação de um profissional de saúde, como um nutricionista, para garantir a quantidade e proporção adequadas de erva e água na infusão”, alerta Calloni.

Chás diuréticos são perigosos?

O consumo de chás diuréticos pode não ser seguro para todos. Pessoas com pressão baixa devem ter cautela, pois a eliminação excessiva de líquidos pode reduzir ainda mais a pressão arterial, causando tontura e desmaios.

Indivíduos com doenças renais ou cardíacas podem sofrer sobrecarga nos órgãos e desequilíbrios eletrolíticos.

Ainda segundo a nutricionista, gestantes e lactantes também devem evitar o consumo, uma vez que não há evidências científicas suficientes sobre a segurança dessas bebidas durante esses períodos.

Quem faz uso de diuréticos farmacológicos deve ter atenção redobrada para evitar a perda excessiva de água e eletrólitos, que pode levar a quadros de desidratação e hipocalemia (baixa concentração de potássio no sangue).

Além disso, pessoas com gastrite ou úlceras podem ter os sintomas agravados por chás ricos em cafeína, como chá verde, chá preto e mate, que irritam a mucosa gástrica.

Indivíduos propensos à formação de cálculos renais devem evitar chás como cavalinha e chá preto, pois contêm oxalatos que favorecem a formação de pedras nos rins.

Crianças e idosos também merecem atenção especial, pois são mais suscetíveis à perda rápida de líquidos e eletrólitos, o que pode levar à desidratação em um curto período.

Cuidados para consumir com segurança

Para manter o equilíbrio hídrico e evitar complicações, a especialista recomenda:

Hidratação paralela: a cada xícara de chá diurético, ingerir um copo de água pura.

Alimentos ricos em água: incluir na dieta frutas como melancia, laranja e melão, além de vegetais como pepino, alface e tomate.

Monitoramento da urina: o ideal é que tenha coloração clara (amarelo pálido).

Alternância com infusões neutras: optar por chás como camomila ou hortelã, que não aumentam a eliminação de líquidos.

Ajustes na alimentação e estilo de vida: reduzir o consumo de sódio, manter a ingestão diária adequada de água (cerca de 35mL por kg de peso corporal) e praticar atividades físicas leves.

“Embora os chás diuréticos tenham benefícios, o equilíbrio é essencial. O ideal é sempre buscar orientação profissional para garantir um uso seguro e adequado às necessidades individuais”, finaliza Calloni.

*Fonte: Alto Astral


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