Celulares são ferramentas de rastreamento. Veja como se proteger

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 30 de agosto de 2020 às 15:33
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:10
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Avanço da lógica algorítmica transformou as atividades no mundo virtual, no que chamam ‘pegadas digitais’

Você já se sentiu monitorado por receber um lembrete no celular que não havia solicitado ou o anúncio de um serviço ou produto que estava precisando? Essas ofertas rotineiras que os dispositivos fazem não são mesmo ao acaso. 

O avanço da lógica algorítmica, segundo especialistas, transformou as atividades no mundo virtual, e quiçá no offline, no que chamam “pegadas digitais”. 

Esses registros, que muitas vezes o internauta sequer têm noção de fornecer, colaboram para a assertividade das comunicações eletrônicas com o humano de frente para a tela.

E o celular, ainda subestimado, é uma forte ferramenta para este rastreamento. As redes sociais acessadas pelo celular, por exemplo, geram muitas informações sobre o perfil do dono.

Por ficar a disposição das pessoas durante todo o dia, o celular armazena outros dados diversos. Mesmo trajetos percorridos na vida real, quando o geolocalizador está ligado.

O monitoramento serve, principalmente, à publicidade. Por isso, as empresas que mais investem nele são aquelas que vendem anúncios digitais e o varejo. 

Mas, segundo os especialistas, além de vender produtos, pode servir a influências políticas — como no caso nas campanhas eleitorais.

Lei quer proteger internautas

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), aprovada no Brasil em 2018, foi uma vitória para a Coalização Direitos na Rede, entre outras organizações que participaram de sua elaboração, por determinar como, quando e porque empresas e poder público podem tratar, armazenar e compartilhar as informações capturadas durante navegações.

A lei inicialmente estava prevista para entrar em vigor no dia 14 de agosto deste ano, mas uma medida provisória do presidente Jair bolsonaro sugeriu o adiamento, por causa da pandemia do coronavírus. 

Na última quarta-feira, no entanto, o Senado negou a proposta e encaminhou o projeto para a sanção presidencial, o que deverá ocorrer em até 15 dias. 

Uma Autoridade Nacional de Proteção de Dados, órgão responsável por regulamentar, fiscalizar e monitorar o cumprimento da lei, também foi criada pelo governo federal.

Mas, além dessa proteção, o usuário pode e deve fazer a sua parte, se não quiser sua vida sendo espionada. 

A mudança de comportamento, a revisão de permissões dadas aos aplicativos e até o download de dispositivos de segurança podem ajudar nesta missão. Para este último passo, há opções gratuitas e pagas.


+ Tecnologia