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Os “acidentes por distração do pedestre” são muito mais frequentes quando a pessoa está usando o celular
A incidência de casos de acidentes com pedestres devido ao uso de smartphones ao atravessar a rua ou até mesmo andar pela calçada aumentou 800% apenas nos Estados Unidos, segundo um estudo realizado por cientistas da Universidade de Calgary, no Canadá.
Chamados de “acidentes por distração”, esse tipo de acontecimento tem crescido assustadoramente, tanto para incidentes com carros ou até mesmo em situações que parecem bobas, como trombar em um poste ou em uma pessoa.
De acordo com a pesquisa, 45% dos pedestres estão distraídos pelos seus celulares ao cruzar a rua.
“Quando olhamos para a população americana, cerca de 2 milhões de casos de ferimentos de pedestres estão relacionados ao uso do celular. Isso, sem contar os que não foram reportados”, aponta a autora do estudo, Sarah Simmons.
Ao coletar dados sobre acidentes configurados na categoria “distração do pedreste”, mais de 1,5 mil visitas a departamentos de emergência nos Estados Unidos haviam sido causadas pelo uso de celulares.
O dado é de 2010, sendo que hoje, os cientistas acreditam que esse número tem crescido muito: de 2004 até aquele ano, o número de incidentes, como trombar em postes e quedas na rua, cresceu 800%, sendo que as maiores vítimas são homens com menos de 30 anos.
Para fazer essa soma, mais de 20 estudos anteriores foram revisitados, envolvendo 872 indivíduos com a média de idade de 21 anos.
Nestes artigos, haviam avaliações sobre a maneira que os pedestres usam o celular fora de casa, o tempo de navegação e os cuidados básicos ao atravessar a rua, por exemplo, olhar para os dois lados.
De acordo com os resultados, aqueles que enviam mensagens ou navegam pela internet enquanto caminham têm menos chances de observar se algum carro se aproxima antes de cruzar a rua.
Isso leva para uma chance maior de colisão ou de quase causar um acidente. Por outro lado, os pedestres que falam no celular em uma ligação têm menos chances de sofrer acidentes, embora estes levem mais tempo para atravessar a rua seguramente.
O único uso do celular que não produzia distrações ao caminhar pela rua era escutar música. Isso porque mandar mensagens, falar em uma chamada e navegar pela internet pedem mais reações cognitivas do corpo e interações com o aparelho.
Ao expandir as análises para o mundo, analisando oito outros estudos, foi constatado que o percentual de invidíduos distraídos ao atravessar a rua pode chegar a até 45%, dependendo de vários fatores, como estar acompanhado ou sozinho, uso constante do celular ou não.
Ainda mais, ao observar indivíduos na idade do ensino médio da escola, uma a cada cinco crianças está distraída pelos celulares ao cruzar a rua.
No Brasil
Apesar de as pesquisas não falarem especificamente do Brasil, é possível notar que tal atitude é um fenômeno mundial.
Quando falamos em motoristas que conduzem com o celular nas mãos e causam acidentes, os dados são preocupantes: segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o uso de smartphones ao volante é a terceira maior causa de mortes no país.
Além disso, de acordo com o Dentran, tal atitude aumenta as chances de acidentes em 400%.
Fonte: Revista Casa e Jardim