Casamento de 5 primos a 50 quilômetros de Franca tem mil convidados e 112 padrinhos

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 22 de julho de 2024 às 11:00
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Celebração ocorreu no último sábado (20) e contou com 112 padrinhos e madrinhas. Padre que celebrou união ficou surpreso

As definições de organização de casamento foram atualizadas no último fim de semana em Nuporanga (SP). Cinco primos da família Bianchini subiram ao altar com seus companheiros no sábado (20). O evento parou cidade de 7,3 mil habitantes na região de Franca.

A celebração dos noivos reuniu cerca de mil convidados e 112 padrinhos e madrinhas. Para acomodar tanta gente, a festa precisou ser realizada em um espaço cedido pela prefeitura e levou um ano e meio para ser planejada.

Quem são os noivos

Os noivos são as irmãs Laína e Sabrina, os irmãos Mayara e Marcel, além de Gabriel. Todos são primos entre si. Conheça um pouco da história de cada um deles.

Laína Bianchini & João

Laína e João se conheceram em 2001, na padaria onde ela trabalhava. Em 2002, decidiram se mudar para Campinas (SP), onde se dedicaram à vida religiosa e fortaleceram seu relacionamento. Ficaram lá até 2013. De volta a Nuporanga, em 2016, após Laína superar uma grave doença, o casal decidiu ter um filho.

Sabrina Bianchini & Marlon

Sabrina e Marlon se conheceram em 1999 por meio de amigos em comum e rapidamente se tornaram namorados. Em 2002, nasceu Marina, filha do casal. Ao longo dos anos, mudaram de cidades e fortaleceram a relação, superando desafios.

Mayara Bianchini & Johnny

Mayara e Johnny começaram como grandes amigos no ensino médio, conhecidos pelas piadas, artes e algumas brigas. Em 2007, com a ajuda de uma madrinha de casamento, deram o primeiro beijo e começaram a namorar. Em 2014, nasceu a filha Alice, e em 2021, chegou Aurora.

Marcel Bianchini & Fernanda

Marcel e Fernanda cresceram na mesma cidade e compartilhavam amigos e festas durante a adolescência, mas seguiam caminhos diferentes. Em 2008, durante uma festa de formatura, um beijo inesperado despertou um novo sentimento. Eles decidiram se conhecer melhor e estão juntos até hoje.

Gabriel Bianchini & Ana Clara

O casal se conheceu em uma festa em 2016, quando uma conversa casual virou uma amizade. Logo depois, a amizade evoluiu para um relacionamento amoroso.

Casamento quíntuplo

Apesar de os cinco casais estarem juntos há muitos anos – quatro deles inclusive com filhos –, todos sentiam falta de oficializar a união na igreja. Católicos, a falta de comunhão e da celebração religiosa viraram pontos que pesaram para a família tomar a decisão.

“A gente é uma família muito religiosa, muito próxima. Tentamos estar todo fim de semana juntos, isso vem de tradição. Família grande. Foi surgindo esse assunto, na igreja não podia comungar. Aí conversando em um almoço resolvemos marcar”, afirma Laína.

Assim, o casamento em família ganhou corpo. A lista de convidados somou 1.020 pessoas, cerca de 15% dos habitantes de Nuporanga, que tem, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 7.391 moradores. Ao todo, 112 padrinhos foram escolhidos pelos noivos para a cerimônia.

“A gente sempre teve vontade de casar na Igreja, mas hoje tudo é muito difícil, tudo é muito caro. Essa parte nós dividimos praticamente tudo e assim se tornou mais fácil. Como a gente está sempre junto, é uma alegria e uma satisfação muito grande”, diz.

Padre espantado

Segundo Laína, na visão dos noivos, um dos empecilhos seria o padre aceitar realizar o casamento. Apesar do pedido inusitado, isso não foi um problema para ele.

O padre Fabiano Eduardo da Silva, da Paróquia Divino Espírito Santo, que é a Igreja Matriz centenária de Nuporanga, disse que ficou espantado.

“A preocupação era onde colocar esse povo todo”, disse o sacerdote. É a primeira vez que ele celebra um casamento nesta proporção e considera a cerimônia inusitada.

Segundo ele conta, a Igreja Matriz pode acomodar 333 pessoas. Por causa da quantidade de convidados, o casamento precisou ser alocado na Igreja Santa Luzia, ainda em construção, mas onde há espaço suficiente para receber todos.

Já para a festança, o local escolhido foi o Salão de Festas Municipal.

Segundo o portal G1 Ribeirão e Franca, apesar da preocupação inicial, o padre garante que casamentos comunitários são bastante comuns na igreja.

“Casamento comunitário é uma celebração quando se tem amizade e proximidade, isso acontece constantemente. Estamos acostumados a ver casamentos individuais com todo o glamour que existe em uma celebração matrimonial. O mais interessante é que é uma celebração matrimonial familiar”.

Votação para decidir coisas importantes

Apesar da grande quantidade de noivas e noivos tomando decisões para o casamento comunitário, Laína garante que não houve divergências e brigas mais sérias.

“Foi bem tranquilo a gente entrar em consenso. Temos a cerimonialista da festa e da igreja. As duas estão sempre ajudando a gente na nossa dificuldade, sempre presentes em reuniões. Se tem discordância, a maioria prevalece. Fazemos uma votação”, explica.

Apesar do casamento coletivo, o respeito por desejos individuais foi respeitado. Por exemplo: Laína e Sabrina, que são irmãs, entraram juntas com o pai. Os outros casais tiveram entradas individuais.

Segundo o padre Fabiano, toda a parte celebrativa e litúrgica é comunitária, mas a parte do consentimento, o “sim”, claro, individual. A troca das alianças também, com um casal de cada vez.

Na noite de sábado (20), finalmente chegou a hora de lotar a igreja e o salão, e a emoção não faltou aos casais e aos convidados.

A data teve direito a ensaio fotográfico para eternizar a união dos primos de uma vez por todas.


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