Cartões de crédito: compras crescem 3% no primeiro semestre

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 19 de agosto de 2020 às 13:58
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:07
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Gastos de brasileiros no exterior caíram 40%; e as de estrangeiros no Brasil tiveram redução de 30,1%

A pandemia de covid-19 teve um grande efeito na economia de todo o mundo. Aqui no Brasil, então, foi devastadora. Quem percebeu que novos nichos se criaram, como as vendas por meio digital, tem conseguido se manter, sem grandes perdas nestes últimos meses.

O varejo, notadamente lojas de departamentos e o comércio de alimentos perceberam isso claramente, tornando o delivery (entregas em domicílio) cada vez mas presente na vida do brasileiro. Enquanto o movimento nas lojas físicas estão em queda, que optou por vendas pela web conseguiram se equilibrar.

Um dos reflexos disso é que, ao contrário do que se esperava, as compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 3% no primeiro semestre do ano, somando R$ 876,4 bilhões em transações, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (19) pela Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). 

Ao longo do semestre os brasileiros movimentaram R$ 540,4 bilhões (+0,8%) com cartões de crédito, R$ 323,2 bilhões (+5,7%) com cartões de débito e R$ 14,7bilhões (+68,4%) com cartões pré-pagos, totalizando 10,5 bilhões de transações.

Segundo os dados da Abecs, as compras não presenciais, principalmente pela internet, somaram R$ 173,5 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 18,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. 

No fim de junho, as compras remotas responderam por 35,5%de todo o volume transacionado com cartão de crédito. Esse movimento é reflexo da mudança de hábito do consumidor e também dos setores de comércio e serviços, que precisaram se reinventar neste período de quarentena”, disse o diretor-executivo da Abecs, Ricardo de Barros Vieira.

Os pagamentos por aproximação (aqueles em que não há contato físico com a máquina de cartão) cresceram 330% no 1° semestre, chegando aos R$ 8,3bilhões. O uso da função débito nessa modalidade foi o que mais cresceu, com alta de 792%. 

Além disso, subiu para 18% o número de pessoas que realizam pagamentos com essa tecnologia, três vezes mais do que em junho de 2019. A experiência foi considerada positiva para 84% dos usuários, que destacaram entre outras coisas o benefício da prevenção ao contágio do novo coronavírus.

A pesquisa da Abecs indicou que o maior impacto do uso dos cartões foi no segundo trimestre do ano, com o volume transacionado caindo -7,7% e somando R$ 400,7 bilhões. Esse resultado foi responsável pela primeira queda de redução das transações com cartões em um trimestre. 

A maior redução foi no uso do cartão de crédito (-11,9%). O cartão de débito caiu 2,3% e o pré-pago cresceu 59,6%. “Se os valores do auxílio emergencial fossem incorporados aqui ao invés de uma queda nos teríamos queda de 6,8% e o débito teríamos até um aumento do volume de 0,3%”.

Os gastos de brasileiros no exterior caíram 40% e as compras realizadas por estrangeiros no Brasil tiveram redução de 30,1%. “O impacto da pandemia no setor de viagens é visível com esses números. É uma redução extremamente significativa”, afirmou.


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