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Preocupações em excesso podem atrapalhar os planos para a chegada de 2022. Reconhecer os próprios limites é fundamental
Excesso de tarefas com pressão do final de ano podem levar à exaustão extrema, conhecida como síndrome de Burnout
Incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, a síndrome de Burnout acomete milhões de pessoas pelo mundo.
Conhecida também como síndrome do Esgotamento Profissional, ela é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, motivada por várias situações: problemas no trabalho, sobrecarga em casa e acúmulo de obrigações e tarefas.
O transtorno foi descrito pelos profissionais da OMS como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito” e que se caracteriza por três elementos: sensação de esgotamento, sentimentos negativos e eficácia profissional reduzida.
Com o tempo, o burnout também vem sendo relacionado a experiências difíceis em outras áreas da vida, como a familiar e a sentimental.
Burnout de fim de ano
A psicóloga Dálete Kennane explica que é natural apresentar no final do ano uma soma do cansaço físico e mental, quando se leva em consideração todos os meses trabalhados e as atividades que se impõe nessa época do ano: relatórios finais, reuniões de fechamento de ciclo e planejamento estratégico para o ano seguinte.
Durante os últimos dois anos, essas exigências coincidiram com a pandemia de Covid-19, o que representou maior instabilidade profissional, desemprego e inseguranças diversas quanto ao futuro.
“O profissional, certamente, passou por sintomas mais brandos de burnout durante o ano, mas somente quando as demandas aumentam e se acumulam no final do ciclo, é possível perceber que algo pode não estar indo bem com a saúde mental”, continua.
Ainda que nessa época o desgaste seja maior, Dálete afirma que quando se trata do burnout, o cansaço é crônico e a inabilidade social fica evidente.
Como evitar a síndrome
“Para diminuir a sensação de cansaço extremo, é importante que os espaços fora do ambiente de trabalho sejam vividos de forma integral e sem a interferência dos assuntos do serviço”, explica a psicóloga.
Dálete também afirma que é importante desenvolver a capacidade de dizer “não” quando for necessário, além de ficar atento a situações que possam se tornar gatilhos emocionais.
Ela lista algumas dicas para quem deseja estar mais tranquilo nesse fim de ano:
– Reconhecer que todos são limitados;
– Aceitar os erros de forma afetuosa;
– Pensar que o trabalho é sim um aspecto importante da vida, mas que a saúde também é;
– Aumentar o convívio prazeroso com as pessoas que gosta;
– Procurar atividades que liberem o estresse acumulado, como exercícios físicos ou um hobby saudável.
A especialista salienta que é essencial ficar atento aos sinais e procurar ajuda de um profissional quando sentir um ou mais sintomas que possam indicar a presença do esgotamento.
Com acompanhamento especializado, é possível garantir que a situação não atinja seu ponto máximo.
“O profissional mais propenso a desenvolver o burnout é aquele que só entrega o trabalho quando sente que deu 100% de si, que leva trabalho pra casa e está conectado quase 24h por dia. Esse deve refletir sobre suas atitudes e repensar a sua rotina”, destaca.
*Informações Metrópoles