Candidatos de São Paulo buscam mulheres para compor chapa ao governo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de julho de 2018 às 06:30
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:53
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São nove candidatos ao governo de SP e apenas uma mulher, Lisete Arelaro, do PSOL

Paulo Skaf (MDB) anunciou nesta segunda-feira que uma tenente-coronel da PM será vice ao governo com ele. Luiz Marinho busca uma mulher negra já no pacote da aliança com o PCdoB. 

O PR também ofereceu uma policial para dividir a urna com Márcio França. Na chapa de João Doria, a deputada Mara Gabrilli (foto) sairá ao Senado.

São nove candidatos ao governo de São Paulo e apenas uma mulher, a professora Lisete Arelaro, do PSOL

Mas, do outro lado da urna, elas são maioria. Em 2016, 17 milhões de mulheres votaram em todo o estado contra 15 milhões e meio de homens. 

O eleitorado feminino tem pesado na decisão dos candidatos. 

Paulo Skaf anunciou nesta segunda, como vice de sua chapa, a tenente-coronel Carla Danielle Basson, que terá de deixar o cargo de comandante da Polícia Militar para disputar as eleições. Ela trabalha no Batalhão que abrange Jundiaí, Itupeva e Cabreúva e é ex-aluna do Sesi, serviço social da Fiesp, que é comandada pelo candidato.

O PT se reúne com o PC do B na quarta-feira pra tentar fechar um acordo que considere uma mulher para dividir a urna com o ex-ministro Luiz Marinho. 

A pesquisadora feminista Djamilla Ribeiro já recusou o convite fazendo surgir como segunda opção a professora Marilândia Frazão, caso o acordo não seja confirmado e o partido tenha que encontrar um nome de dentro.

O ‘plano A’ era tomar emprestada uma das candidatas a deputada do PC do B, como a sambista Leci Brandão ou a ex-presidente da UNE, Carina Vitral, mas o partido resiste em abrir mão dos votos delas para a bancada estadual.

É também de uma policial e candidata a deputada o nome que o PR ofereceu a Márcio França para ser vice na chapa do PSB. Kátia Sastre, a cabo que reagiu a um assalto e matou um bandido na porta de uma escola em Suzano, na Grande São Paulo. A mesma que recebeu flores das mãos do governador e foi homenageada. 

França ainda tem na mesa o nome do ex-presidente da OAB Luiz Flavio D’urso, indicado pelo PTB, e o deputado federal Arnaldo Jardim, sugerido pelo PPS.

A professora Jacqueline Quaresemin é especialista em Opinião Pública da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Ela diz que o simbolismo atrai votos, mas é questionável.

“Eles não colocam mulheres que têm um engajamento na política. São mulheres que de algum modo podem dar uma visibilidade. Ou é negra, ou teve um impacto na mídia. É extremamente complicado, as mulheres não deveriam aceitar esse papel de serem ilustrativas só para que haja uma adesão maior considerando que a maioria do eleitorado é de mulheres. Eu queria saber se esses partidos abrem mão da cabeça da chapa para uma mulher”, diz ela.

Pré-candidato pelo PSDB, João Doria anunciou como vice na chapa o deputado federal democrata Rodrigo Garcia e os dois já estão em campanha juntos. Mas, ao senado, o partido vai lançar a deputada federal Mara Gabrilli.


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