Câncer de pele também pode atingir os lábios, por isso é preciso cuidado

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 22 de outubro de 2018 às 15:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:06
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Apesar de a exposição solar ser o principal fator de risco, o tabaco e o álcool também podem causar o problema

Quando se fala em
proteger a pele do sol para diminuir a probabilidade de ter um câncer de pele –
cuja incidência é alta no Brasil –, você lembra dos lábios?

Se a resposta for
“não”, saiba que essa região fina e delicada também pode ser acometida pela
doença. “Apesar de a exposição solar ser o principal fator de risco, o tabaco e
o álcool também possuem papel importante no desenvolvimento do câncer de
lábio”, revela a dermatologista Valéria Marcondes, membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

A tendência, segundo
Valéria, é que a doença se manifeste no lábio inferior (que fica mais exposto
aos raios solares) de pessoas de pele clara. É que a melanina, pigmento que dá
cor à cútis, não está tão presente nesses indivíduos – e ela funciona como uma
barreira natural contra o sol.

Mas isso também não quer dizer que donos de peles
mais escuras estão completamente blindados contra tumores. “Só estão mais
protegidos”, define Valéria.

De acordo com a dermatologista Mabe Gouveia, da
clínica comandada por Valéria Marcondes, o uso de batom e maquiagem em geral já
auxilia na prevenção de câncer de pele. De qualquer maneira, ao passar o
protetor solar, não se esqueça dos lábios. “Existem produtos específicos para a
região”, avisa. É preciso reaplicá-los ao longo do dia, tá?

Sintomas do câncer nos lábios

Pra começo de conversa, alguns sinais podem surgir
antes de a doença se instalar de verdade. Há, para ter ideia, um quadro chamado
queilite actínica que é capaz de promover esse tipo de tumor. “Ele começa com
uma pequena descamação e pode evoluir para feridas que não cicatrizam. Em casos
mais graves, o lábio incha e podem aparecer manchas brancas e vermelhas, bolhas
e sensação de queimação na área”, alerta Valéria. É nesse momento que o risco
de câncer aumenta.

Sangramento, dor, lesões e nódulos nos lábios são
outros sintomas que merecem uma investigação minuciosa de um especialista. Ele
às vezes solicita exames para flagrar um tumor e, se for o caso, traçar a
melhor estratégia de combate à doença.

O tratamento

Segundo Valéria, o tratamento varia de acordo com o
estágio do câncer, a sua velocidade de progressão, o estado de saúde do paciente.
Um tumor pequeno, por exemplo, pode ser retirado com uma cirurgia. Depois,
dependendo do grau de acometimento da área, uma segunda operação entra em cena
para reconstruir a região.

Em quadros avançados, existe a chance de usar a
quimioterapia e a radioterapia para diminuir o tumor antes da cirurgia de
retirada. Esses métodos também servem para reduzir o risco de a doença aparecer
de novo, em certas situações.

A verdade é que, para garantir o sucesso do
tratamento, o melhor caminho é flagrar o câncer o mais depressa possível.
“Nessa situação, praticamente 100% dos casos são curados rapidamente e com
pouco ou nenhum dano estético”, afirma Valéria. Daí a importância de visitar
sempre um dermatologista – e adiantar a consulta quando algo suspeito der as
caras.


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