compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Cientistas descobriram um novo fator que pode aumentar o risco de desenvolvimento do câncer de mama
Cientistas descobriram um novo fator que pode aumentar o risco do câncer de mama – foto Arquivo
Os cientistas sabem há muito tempo que o tecido mamário denso está ligado a um risco aumentado de câncer de mama em mulheres. Mas agora, um estudo publicado na revista científica JAMA Oncology, acrescenta uma nova informação.
Os pesquisadores descobriram que, embora a densidade da mama diminua para todas com a idade, um ritmo de declínio mais lento em uma mama geralmente precede um diagnóstico de câncer, sugerindo que essa velocidade também pode ser um fator de risco avaliado pelos médicos.
Cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, analisaram as mudanças na densidade da mama durante um período de 10 anos em cerca de 10 mil mulheres que estavam livres de câncer quando o estudo começou.
Cerca de 289 mulheres no estudo foram diagnosticadas com câncer de mama naquela época. Os cientistas compararam, então, as alterações no tecido mamário delas com as de 658 mulheres semelhantes que não desenvolveram o câncer.
A densidade da mama de fato foi maior desde o início nas mulheres que desenvolveram câncer de mama, e a densidade diminuiu em todas as mulheres do estudo ao longo do tempo.
Porém, a novidade foi que, quando a densidade de cada mama foi medida separadamente, os cientistas descobriram um declínio significativamente mais lento na densidade das mamas que desenvolveram câncer, quando comparadas com a outra mama na mesmo paciente.
Shu Jiang, principal autora do estudo e professora associada de Ciências da Saúde Pública na Universidade de Washington, disse que as descobertas podem fornecer uma nova ferramenta individualizada e dinâmica para avaliar o risco de câncer de mama em uma mulher.
Espero que eles possam colocar isso em uso clínico o mais rápido possível. Vai fazer uma diferença enorme. No momento, todo mundo só olha para a densidade em um ponto no tempo — diz Jiang. Mas, lembra, as mulheres fazem mamografias em intervalos regulares ao longo de suas vidas, e a densidade de cada mama é medida a cada vez.
Mamas mais densas são fator conhecido
A densidade da mama é hoje um fator de risco reconhecido para o câncer de mama, embora seja um entre muitos. O tecido denso também torna os tumores mais difíceis de se detectar em exames de imagem.
Dezenas de estados americanos, por exemplo, começaram a exigir que os centros de mamografia notifiquem as mulheres se elas tiverem tecido mamário denso.
Em março, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, recomendou que os provedores informassem às mulheres sobre a densidade de seus seios.
Mas o estudo da JAMA é o primeiro a medir as mudanças na densidade ao longo do tempo e relatar uma ligação com o câncer de mama. Embora estudos maiores precisem ser feitos para confirmar as descobertas, Karen Knudsen, CEO da Sociedade Americana do Câncer, chamou os dados de “emocionantes”.
“Este é o primeiro estudo que vejo que analisa especificamente as mudanças ao longo do tempo de mama para mama, em vez de calcular a média das duas mamas, onde você pode perder essas mudanças”, disse Knudsen.
*Informações O Globo