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Girassóis devem ficar abertos até 15 de junho, em São Joaquim da Barra. Elas são alternativa para enriquecer o solo de nutrientes entre cultivos
Plantação de girassóis em São Joaquim da Barra atrai moradores e encanta pela beleza – foto Nova Cidade
As paisagens de plantações de café, cana-de-açúcar e soja, típicas da região, estão temporariamente ofuscadas por um campo de girassóis que atrai quem passa por São Joaquim da Barra.
Apesar de terem sido plantadas com o objetivo de nutrir o solo e comercializar o óleo vegetal, as flores se transformaram em um dos motivos para os moradores da região saírem de casa e registrarem várias fotos no horizonte amarelo.
A dona de casa Gisele Brito conta que estava saindo do médico com a mãe quando as filhas viram os girassóis e pediram para tirar fotos.
“Fazia já uns cinco dias. Aí hoje, deu um tempinho e vim trazer elas porque tem que ter esse tempinho. E outra, aqui é uma coisa perfeita, maravilhosa, não tem explicação”, relata Gisele.
A paisagem do bairro Santa Terezinha deve continuar como ponto turístico até o início da segunda quinzena de junho, quando as flores devem se fechar.
Gisele conta que olhar para os girassóis vai além de apreciar a beleza, é também um momento de reflexão.
“Hora em que ele abre não tem explicação. Dá para refletir muito para, lá no futuro, a gente ser uma pessoa melhor”, diz.
Sempre na direção do sol
Plantação de girassóis em São Joaquim da Barra – foto Nova Cidade
Mas não é só de beleza que as flores vivem. Elas são uma das únicas plantas que conseguem, no mesmo dia, acompanhar a luz desde o nascer até o pôr do sol.
Os botões, ainda fechados, giram até 130°, do leste para oeste, para continuar mostrando “a cara” para o sol.
O fenômeno é possível por conta da influência dos hormônios de crescimento da planta abaixo do cálice, o talo, que sustenta a coroa de flores.
“O hormônio se acumula na face onde está a sombra e faz com que ela tenha esse movimento. É o hormônio que regula esse movimento heliotrópico, em relação ao Sol”, explica Roberto Botelho Branco, pesquisador do Instituto Agronômico de Ribeirão Preto (IAC-RP).
Craque em sobrevivência
O que muitos não sabem é que o girassol é composto de várias pequenas flores.
“Cada pontinho que a gente vê aqui é uma flor. Então, o conjunto dessas florzinhas que vai formar a eflorescência. Centenas de flores reunidas formando uma flor só, uma eflorescência”, conta Branco.
Depois de aberto, o girassol mostra toda a sua beleza de 15 a 20 dias. Enquanto isso, a parte feminina da flor vira uma semente cheia de óleo para fazer do girassol um especialista em garantir a manutenção da espécie.
“Concentra o óleo para ter um armazém de energia para assim que a semente esteja na terra, nos primeiros dias, a planta germinar e emergida, serve como alimento para a plantinha novinha ali. Ele tá aqui porque ele é um craque em sobrevivência”, explica o agrônomo sobre a existência da planta.
Mais do que beleza
O girassol é bastante utilizado entre cultivos de grãos para reabastecer o solo de nutrientes.
A planta também é responsável por 16% da produção mundial de óleo entre as culturas anuais, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A tolerância à seca, menor incidência de pragas e de doenças e ciclagem de nutrientes é o principal motivo do maior cultivo da planta.
Os girassóis ainda possuem características nutricionais, seja pelo óleo ou pelas sementes.
*Informações G1