Caminhoneiros confirmam paralisação na segunda, 16; governo Bolsonaro descarta

  • Entre linhas
  • Publicado em 15 de dezembro de 2019 às 13:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:08
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Líderes do movimento acreditam que 70% dos 4,5 milhões de caminhoneiros pararão no primeiro dia

Marconi França em vídeo gravado ao lado de lideranças sindicais, na CUT-RJ  (Foto: Reprodução)

Os líderes dos caminhoneiros confirmaram para esta segunda-feira, 16 de dezembro, a partir das 6 horas da manhã, o início da greve nacional contra o aumento dos combustíveis no País.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) é uma das entidades que diz, nas redes sociais, estar apoiando a paralisação de amanhã.

Caminhoneiros de Ijuí (RS) decidiram na última sexta-feira, 13, pela adesão à paralisação de segunda-feira. Eles definiram que irão se concentrar no trevo que liga a BR-285 e a RS-342, a partir das 6h.

Líderes do movimento em Mato Grosso também confirmam a deflagração paredista no alvorecer desta segunda-feira.

A greve dos caminhoneiros contará com o inédito apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Caminhoneiros autônomos dizem que a paralisação é contra o presidente Jair Bolsonaro, que traiu a categoria.

Líderes do movimento paredista acreditam que no primeiro dia 70% dos 4,5 milhões de caminhoneiros pararão contra o aumento nos preços dos combustíveis.

A greve dos caminheiros nesta segunda-feira, 16 de dezembro, é reforçada por Marconi França, liderança dos caminhoneiros autônomos. Em anúncio feito por vídeo gravado na Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-RJ), divulgado pelo blog de Vera Batista, do jornal Correio Braziliense, Marconi está ao lado de lideranças sindicais de diversos estados, e afirma que “o Brasil vai parar”. 

“O preço do óleo diesel teve 11 altas consecutivas, em 2019. Não aguentamos mais ser enganados pelo senhor Jair Messias Bolsonaro, que protege o agronegócio e diz que o caminhoneiro só sabe destruir rodovias“, disse França ao blog. A duração do protesto, no entanto, não está definida. 

No vídeo, França pede também o apoio da população: “de todos que usam gasolina, óleo diesel e também gás de cozinha. Jair Bolsonaro esquece que quem transporta os produtos das indústrias e do agronegócio somos nós”. O movimento conta com o apoio do presidente da CUT/RJ, Sandro Alex de Oliveira Cezar. 

Apesar disso, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, voltou a descartar a possibilidade de greve dos caminhoneiros, na última sexta-feira, 13, durante apresentação do balanço das ações da pasta em 2019. “Estou em contato diário com as lideranças. Os caminhoneiros têm paciência e estão aguardando as nossas ações”, disse.

O ministro ressaltou que nota da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) repudia a greve. “São atos isolados e que buscam outros interesses, com cunho político partidário. Não têm nada a ver com o pleito da categoria. Não teve adesão e não terá adesão”, garantiu.

Segundo Freitas, o fórum criado pelo ministério está debatendo caminhos e soluções para o problema das distorções de pesagem e outras demandas prioritárias da categoria. “A resolução do Ciot (Código Identificador de Operação de Transporte) vai ser publicada na semana que vem. Está na pauta da ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) do dia 17”, disse. O Ciot é um instrumento que substitui documentos e elimina o atravessador, assegurando o piso mínimo do frete.

Outra demanda que está sendo atendida, conforme o ministro, é a revisão da tabela de piso mínimo. “Em janeiro, vai sair o novo estudo, incorporando as sugestões da categoria. Mas é preciso ficar claro que o governo não vai dar frete para ninguém, nem garantir preço, é o mercado que tem que se ajustar”, ressaltou.


+ Política